STF prorroga por 30 dias investigação sobre suposta interferência de Bolsonaro na PF

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (8) a prorrogação por mais 30 dias do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou interferir na autonomia da Polícia Federal (PF).

Relator do caso no STF, o ministro atendeu a um pedido feito pela PF. A proposta recebeu aval do procurador-geral da República, Augusto Aras.

Os investigadores pediram mais prazo porque querem aprofundar as investigações na superintendência da PF no Rio de Janeiro, diante de suspeitas de ingerência de Bolsonaro nas direções regionais da corporação. Além disso, também querem ouvir o presidente no inquérito. A expectativa é que Bolsonaro seja interrogado por escrito.

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A investigação foi autorizada pelo STF em 27 de abril, três dias após o então ministro da Justiça, Sergio Moro, ter anunciado a demissão do cargo. Na ocasião, Moro disse que Bolsonaro interferiu na PF ao demitir o então diretor-geral da instituição, Maurício Valeixo.

O primeiro a ser ouvido no inquérito foi o próprio Moro, no dia 2 de maio. No depoimento, o ex-ministro citou como prova da interferência do presidente a reunião ministerial de 22 de abril, no Palácio do Planalto. O conteúdo da reunião se tornou público no último dia 22 de maio. Na sequência, a PF ainda tomou mais de dez depoimentos, entre ministros, delegados e ex-aliados do presidente.

Com informações do G1.