STF pode apreender passaportes de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes

A fuga do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, para os Estados Unidos, no curso de uma investigação, acendeu a luz amarela no Supremo Tribunal Federal (STF). Temendo serem chamados de “trouxas”, os ministros da corte estudam apreender os passaportes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro da Economia, Paulo Guedes, considerado a “bola oito”. Como eles não podem agir de ofício, os integrantes da corte máxima algum partido ou parlamentar requisitar o pedido.

Neste sábado (20), Weintraub embarcou para Miami, nos EUA, enquanto gozava de passaporte diplomático. Após Bolsonaro confirmar sua chegada na terra de Donald Trump, publicou a exoneração do agora ex-ministro da Educação a pretexto de assumir diretoria executiva do Banco Mundial.

Mas por que Bolsonaro e Guedes seriam alvos do judiciário brasileiro, se eles seguem cumprindo à risca a agenda neoliberal?

Mesmo no ambiente de organizações criminosas, há desavenças, contradições e multiplicidades de interesses econômicas. Por isso, o presidente e o ministro podem cair por motivos aparentemente diferentes.

Bolsonaro, por exemplo, foi denunciado à ONU como genocida e contra ele há ao menos 40 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados. Um recorde mundial digno de Guiness Book, o livro dos recordes.

Já Guedes é suspeito de favorecer bancos e especuladores com subpreço de ativos públicos em privatizações e venda de imóveis da União e, coisa pretérita, fraude em fundos de pensão.

Economia

O “Posto Ipiranga” de Bolsonaro está na mira da PGR, pois o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) aponta o ministro da Economia como sócio oculto de empresas e fundos beneficiados por decisões do governo — contrariando a Lei de Conflito de Interesses (Lei 12.813/2013).

Abraham Weintraub protagonizou neste sábado a fuga das galinhas e, segundo suspeitam autoridades persecutórias, pode ter aberto hoje a porteira para que outros integrantes do governo Bolsonaro fujam para os Estados Unidos.

A concessão de passaportes diplomáticos é disciplinada pelo decreto nº 5.978, de 2016, e é concedido a um rol de autoridade que vão do presidente da República, ministros de Estados, parlamentares, ministros do STF, a juízes em tribunais internacionais.

Acabou, porra!

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