O ministro da Economia, Paulo Guedes, tal qual o vendedor de óleo de capivara, afirmou nesta quinta-feira (26) à noite que o governo vai reduzir o auxílio emergencial em mais três parcelas decrescentes de R$ 500, R$ 400 e R$ 300.
Ao reduzir o já minguado auxílio emergencial, o ministro da Economia joga contra a ideia de injetar dinheiro na economia para sairmos da depressão econômica, estimular o consumo, o emprego e a produção.
Pela lógica de Guedes, a redução do auxílio emergencial ajudaria o tesouro a reforçar o superávit primário para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública, qual seja, aumentar a concentração do dinheiro nas mãos dos bancos.
A pandemia, Guedes, se combate com desenvolvimento e dinheiro para as pessoas ficaram em casa –quando possível.
Se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) delegou a economia para seu “Posto Ipiranga”, isto é, para Guedes, a política ficou a cargo de seu guru ideológico Olavo de Carvalho, que ontem emplacou o ministro Carlos Decotelli como substituto de Abraham Weintraub no Ministério da Educação (MEC).
Bolsonaro não manda nada. Contenta-se com a figura de bobalhão da República, que vende o almoço para comprar a janta. É um lúmpen-presidente apoiado pelo lúmpen-empresariado, alguns lúmpens-congressistas e lúmpens-eleitores. Eles, em comum, não têm uma visão de nação nem perspectiva coletiva.
Afinal, o que seria um lúmpen?
Pela filosofia marxista, são pessoas desprovidas de consciência política e de classe, sendo, portanto, suscetíveis de servir aos interesses da burguesia [paulistana] –a classe social que comanda a superestrutura.
Karl Marx e Friedrich Engels, em A Ideologia alemã (1845), explicam que lúmpens são aqueles que nada contribuem para a produção, dedicados a atividades marginais, como prostitutas, ladrões, etc. Hoje, poderíamos acrescer os especuladores e aproveitadores do erário.
Após essa divagação, Guedes, porra, não dá para concordar com a redução do auxílio emergencial para R$ 300.
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Datafolha diz que prisão de Queiroz não abalou aprovação de Bolsonaro
O instituto Datafolha garante que os eleitores de Jair Bolsonaro (sem partido) não se abalaram com a prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz, há uma semana, e a aprovação do presidente segue estável com 32%.
Segundo a pesquisa divulgada nesta sexta-feira (26), se 32% consideram Bolsonaro bom ou ótimo, 44% o rejeitam e 23%, regular. Para 46% dos entrevistados, nunca é possível confiar nas afirmações do presidente da República. Ou seja, o “fio do bigode” de Bolsonaro não pode ser levado a sério.
Bolsonaro não inspira muita confiança. São 46% os que dizem nunca confiar, 20% que sempre confiam e 32%, aqueles que o fazem às vezes.
Apesar de mostrar estabilidade na popularidade do presidente, o instituto avalia que o caso Queiroz tem grande potencial destrutivo para Bolsonaro.
A aprovação de Bolsonaro cai para 15% entre aqueles que acham que o presidente sabia onde Queiroz se escondia até ser preso no dia 18.
Com 44% de rejeição, Jair Bolsonaro é o presidente com maior rejeição em seu primeiro mandato desde a redemocratização e a volta das eleições direitas em 1989.
O Datafolha afirma que ouviu 2.016 pessoas por telefone nos dias 23 e 24 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.