Ministro boliviano é demitido após declarações racistas

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, destituiu seu ministro de Minas, Fernando Vásquez, por declarações consideradas racistas contra o partido do ex-presidente indígena Evo Morales.

“Como presidente, decidi pela destituição do ministro Vásquez por suas expressões racistas. Neste governo não aceito corrupção nem discriminação alguma. Bolívia é uma família em que todos são iguais, declarou Áñez em sua conta de Twitter. A representante de direita concorre à eleição presidencial neste ano.

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Em entrevista a uma rádio local, Vásquez negou ter laços com o partido de Evo Morales, MAS (Movimiento al Socialismo), por “algumas especificações inclusive de identidade”, disse.

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“Tenho olhos verdes, cabelo crespo, sou branco (…), estas minhas características não fazem que eu seja compatível com o resto das pessoas do MAS”, disse à rádio Fides de Potosí, uma região mineira de maioria indígena quechua.

As declarações de Vásquez levaram a bancada parlamentar do MAS, majoritária na Câmara e do Senado boliviano, a publicar um comunicado pedindo a destituição imediata “da dita autoridade, já que suas palavras tem conteúdo altamente racista e discriminador”.

Da Argentina, onde está exilado desde deixar o poder em novembro do ano passado, Evo Morales declarou em suas redes sociais que “o racismo é um crime contra o qual devemos lutar como sociedade”.

O ex-ministro Vásquez pediu desculpas por suas declarações, que qualificou de irônicas, mas corre o risco de ser processado por uma lei de 2010, aprovada no governo de Morales, que condena o racismo e outras formas de discriminação.

Por RFI