Lula pede que centro-direita deixe de nhenhenhém e defenda o impeachment de Bolsonaro

Daqui a pouco, a partir das 19h, a centro-direita realiza mais uma live organizada pelo ex-presidente FHC e nesse contexto Luiz Inácio Lula da Silva, também ex-presidente da República, pede que o grupo denominado ‘Direitos Já’ deixe de nhenhenhém e defenda o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Para o petista, numa referência direta ao movimento liderado por FHC e o ex-governador Ciro Gomes, muita gente que defende a criação de uma “frente” não defende o impeachment. “Não defende a mudança do governo, da política econômica”, criticou Lula em entrevista a youtubers na quinta-feira (11).

“Ora, frente contra o que, então? O ideal seria uma frente para tirar o Bolsonaro e o Mourão e fazer novas eleições”, questionou.

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  • Lula assegura que Bolsonaro já cometeu vários crimes de responsabilidade e vai ser responsabilizado pela História pelo genocídio de milhares de vidas pelo coronavírus. “A gente poderia ter evitado isso, como ocorreu em outros países.”

    “Muita gente que defende a criação de uma ‘frente’ não defende o impeachment (de Bolsonaro)”, lamentou Lula. “Não defende a mudança do governo, da política econômica. Ora, frente contra o que, então? O ideal seria uma frente para tirar o Bolsonaro e o Mourão e fazer novas eleições”, disse. Ele afirmou que dificilmente o país teria uma frente ampla nos moldes do que o Uruguai experimenta há vários anos. “Mas é possível criar frentes eleitorais. Foi isso que aconteceu em 2002”, comentou Lula.

    Economia

    Lula ainda rebateu a tese veiculada por colunistas da velha imprensa brasileira de que o PT é responsável direto pela eleição de Bolsonaro em 2018. O petista reagiu indignado: “O Ciro viaja para Paris, o FHC anula o voto e eles vêm dizer que PT elegeu Bolsonaro? Tenha dó”.

    O ex-presidente descartou a hipótese de vir a ser candidato à Presidência em 2022 e disse que o PT e as esquerdas têm muitos nomes para disputar o cargo, como Fernando Haddad, o próprio Ciro Gomes e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). “Não precisam ter medo do Lula, porque estou inelegível nesse momento. Mas é preciso dar a chance do povo escolher um representante civilizado”, defendeu.

    Lula disse que quer enfrentar o ex-juiz Sérgio Moro num debate direto em qualquer tribuna. “Eu tô provocando o Moro e o (procurador Deltan) Dallagnol pra debaterem comigo, ao vivo. Se a Globo quiser fazer, eu topo. Porque é preciso desmascarar esses canalhas e mostrar o que eles fizeram ao país”, criticou. O ex-presidente diz que a Lava Jato destruiu empregos e prejudicou a economia com o pretexto de combater a corrupção. “O Moro é marionete dos Departamento de Justiça dos EUA”, comentou.

    Ele disse que um dos caminhos para retirar Bolsonaro por via democrática e institucional, além da aprovação do impeachment pelo Congresso Nacional, tendo em vista os inúmeros ataques às instituições democráticas e a sucessão de crimes de responsabilidade, é a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão pelo Tribunal Superior Eleitoral. “O pode julgar o processo das fake news e cassar a chapa. Se tiver argumento jurídico e coragem política pra isso… Agora é brigar e pressionar”, ressaltou.