General Heleno põe Bolsonaro na fogueira na acusação de interferência na Polícia Federal

Em resposta aos questionamentos da Polícia Federal sobre a reunião ministerial de 23 de abril, o General Augusto Heleno afirmou que não teve “óbices ou embaraços” para troca da segurança pessoal de Bolsonaro no Rio de Janeiro.

Essa afirmação destrói a narrativa do presidente e reforça as acusações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro de que Bolsonaro queria intervir na Polícia Federal.

Bolsonaro afirmou que estava falando de sua segurança pessoal, que é de responsabilidade do Gabinete de Segurança Institucional chefiado pelo general Heleno.

Na fatídica reunião de abril, Bolsonaro falou: “Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira.”

Quando a declaração veio a público, Bolsonaro justificou que falava da sua segurança pessoal. Mas agora, com a declaração de Heleno, essa desculpa cai por terra.

Heleno afirmou à Polícia Federal: “Não houve óbices ou embaraços. Por se tratar de militares da ativa, as substituições do Secretário de Segurança e Coordenação Presidencial, do Diretor do Departamento de Segurança Presidencial e do Chefe do Escritório de Representação do Rio de Janeiro foram decorrentes de processos administrativos internos do Exército Brasileiro.”

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Ou seja, Heleno não quis ir além com a farsa palaciana. Aos poucos, os militares vão largando Bolsonaro…

PF quer ouvir Bolsonaro ‘nos próximos dias’ sobre suposta interferência na corporação

A Polícia Federal (PF) informou ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pretende ouvir “nos próximos dias” o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na investigação sobre suposta interferência do chefe do Executivo na corporação.

“Informo a Vossa Excelência que as investigações se encontram e estágio avançado, razão pela qual nos próximos dias torna-se necessária a oitiva do Senhor Jair Bolsonaro, Presidente da República”, diz o ofício da PF enviado ao ministro do STF.

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O depoimento do presidente tem que ser autorizado pelo ministro Celso de Mello, responsável pelo inquérito no Supremo. Em razão do cargo que ocupa, Bolsonaro tem a prerrogativa de, quando for requisitado a prestar o depoimento, dar respostas por escrito.

A investigação foi autorizada pelo STF em 27 de abril, três dias após o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, ter anunciado a sua demissão do cargo. Na ocasião, Moro disse que Bolsonaro interferiu na PF ao demitir o então diretor-geral da instituição, Maurício Valeixo.

Com informações do G1.