Movimentos e coletivos antirracistas na França iniciaram uma campanha contra monumentos e estátuas em homenagens a escravagistas relacionados ao período colonial. A ação mais recentemente foi contra o busto do general De Gaulle, que foi pichado com a inscrição “escravocrata” em Hautmont, no norte da França.
Além dele, a estátua do general Faidherbe (1818-1889), governador do Senegal, foi coberta com tinta vermelha no domingo, no centro de Lille, norte da França. Ativistas também escreveram em vermelho as palavras “colonizador” e “assassino”, no dia seguinte de uma manifestação que pedia às autoridades sua retirada do espaço público.
Recentemente, em um discurso que realizou sobre as violências policiais na França, o presidente francês, Emmanuel Macron, se disse contra a retirada de homenagens a personalidades polêmicas e controvertidas. “Não se trata de apagar o que eles fizeram, mas de recontextualizar”, afirmou.
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Para o chefe de Estado, muito além de destruir estátuas ou renomear ruas, “é preciso olhar a História nos olhos” explicando, no local onde as homenagens estão instaladas, quem foram essas personalidades. “A República não apagará nenhum traço ou nome de sua História. A República não derrubará estátuas. Devemos lucidamente avaliar o conjunto de toda nossa História, todas as nossas memórias”, afirmou Macron.
Os atos contra as estátuas e monumentos de personalidades históricas, com vinculações ao período da dominação colonial francesa, ganharam impulso em países europeus após o assassinato pela polícia do negro norte-americano George Floyd, em Minneapolis (EUA).
*Com informações da RFI
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.