Família Bolsonaro se assusta com boneco do presidente pendurado pelos pés

O presidente Bolsonaro e seu filho Carlos se assustaram com a imagem de um boneco do presidente pendurado pelos pés.

Bolsonaro pai escreveu: “Essa é a turma que respeita a Democracia e as Instituições.”

Já o Carluxo cobrou posicionamento de outros poderes: “Vamos falar sobre respeito às instituições, @STF_oficial , @SenadoFederal e @camaradeputados?” Escreveu o vereador compartilhando a mesma foto no Twitter.

O fato é que o presidente está confortável enquanto os opositores ao seu governo não saiam às ruas. Tudo mudou neste domingo.

Também é importante destacar que Bolsonaro e seus filhos, nos últimos tempos, ficaram insuflando ódio e açulando os bolsominios, que, em praça pública, atiravam no ex-presidente Lula como alvo ou arremessavam ovos e tomates contra ministros do STF.

Economia

Junho de 2020: Esquerda retoma as ruas com manifestações potentes

O escritor Milton Alves, em artigo especial, analisa as manifestações deste domingo (7) contra o fascismo e a favor da democracia.

“O combate ao fascismo e pelo Fora Bolsonaro será resolvido, principalmente, na frente de batalha das ruas, com a mobilização organizada da população trabalhadora e pobre”, escreve.

Milton dá uma patacada da frente de centro-direita formada por FHC, Ciro Gomes, Rodrigo Maia e Luciano Huck.

Segundo o articulista, trata-se de uma limitada ação institucional-parlamentar e das articulações políticas “por cima de frentes” sem rosto e conteúdo, qual seja, que reafirma o neoliberalismo em voga no País.

Leia a íntegra do artigo:

Junho de 2020: Esquerda retoma as ruas com manifestações potentes

Por Milton Alves*

Domingo, 7 de junho: A esquerda retoma as ruas do país com manifestações potentes pela democracia, contra o fascismo, o racismo e pelo Fora Bolsonaro. Um dia vitorioso para quem apostou na mobilização popular. Uma palavra de ordem gritada na manifestação de Belo Horizonte sintetiza a potência dos atos deste domingo: “Recua fascista, recua, que o poder popular tá na rua”.

Foi uma boa largada em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e Rio de Janeiro. Manifestações que indicam a disposição de luta e acumularam forças para as próximas jornadas.

Durante a semana o governo Bolsonaro desatou uma forte ofensiva contra as manifestações programadas para este domingo, criminalizando e ameaçando os organizadores. O presidente atacou o movimento como “terrorista”, um deputado bolsonarista de São Paulo chegou a publicar um dossiê de mil páginas com fotos e endereços de militantes e ativistas.

Ao mesmo tempo, um debate acesso tomou conta da esquerda sobre a realização das manifestações. Até uma infeliz nota foi veiculada por partidos progressistas no Senado (incluindo o PT) fazendo um apelo para que as pessoas não participassem das manifestações convocadas. Havia hesitação nos dois principais partidos de esquerda: PT, dividido, e no PSOL. O PCdoB preferiu fazer uma live com Fernando Henrique Cardoso no sábado.

Além disso, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) manteve a posição de convocar somente um calendário virtual de mobilização pelas redes sociais.

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A realização dos atos foi, portanto, um tento importante dos setores da esquerda que apostaram no impulso iniciado pelo movimento das torcidas organizadas antifascistas. Um acerto que anima a militância popular e de esquerda, sinalizando para uma retomada organizada e combativa das ruas.

No plano político mais geral aponta para o necessário e indispensável protagonismo das forças de esquerda na construção de uma saída democrática para a crise do governo Bolsonaro – e de seu modelo neoliberal e autoritário –, rompendo com propostas enganosas e desmobilizadoras como o da suposta “Frente Ampla” com Fernando Henrique, Ciro Gomes, Rodrigo Maia, Luciano Huck e dissidentes do bolsonarismo.

A lição dos atos de domingo explicita, mais uma vez, que o combate ao fascismo e pelo Fora Bolsonaro será resolvido, principalmente, na frente de batalha das ruas, com a mobilização organizada da população trabalhadora e pobre. É uma mudança de qualidade no enfrentamento para além da limitada ação institucional-parlamentar e das articulações políticas “por cima de frentes” sem rosto e conteúdo.

*Milton Alves é ativista político e social. Autor do livro ‘A Política Além da Notícia e a Guerra Declarada Contra Lula e o PT’.