O procurador Deltan Dallagnol, como um disco riscado, volta à carga neste domingo (14) com um artigo publicado no Globo. O coordenador da força-tarefa Lava Jato escreve sobre a “maravilha” do combate à corrupção e culpa o STF (Supremo Tribunal Federal) por políticos ainda estarem soltos.
“O Supremo Tribunal Federal não conseguiu investigar e julgar corruptos no ritmo esperado pela sociedade e necessário para protegê-la de mais desvios, seja pela complexidade dos casos, pela falta de vocação estrutural ou por decisões equivocadas”, afirma Dallagnol.
Deltan reclama ainda que a proibição da execução da pena após a condenação em segunda instância dificultou muito a efetividade da Justiça contra os corruptos em outras instâncias.
Ora bolas, carambolas, senhor procurador. O STF não prendeu políticos como a Lava Jato estava fazendo por que há uma Constituição que proíbe trancafiar pessoas sem provas, com base apenas na convicção e em powerpoint.
Como ele é “bonzinho”, o procurado diz é contra o fechamento do Supremo –apesar das frustrações.
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O artigo no Globo parece ter sido pelo ex-juiz Sérgio Moro, pois apresenta a mesma linha de raciocínio, o mesmo fetiche do combate à corrupção dos “outros” –jamais a da Lava Jato, levantada pelo advogado Rodrigo Tacla Duran e o site The Intercept Brasil.
Além de atacar o STF e o PT [indiretamente], Deltan Dallagnol ainda reservou espaço para atacar o presidente Jair Bolsonaro –também sem citá-lo nominalmente.
“Notícias de interferência na polícia e órgãos de persecução, ausência de um apoio firme à causa anticorrupção, investigações sobre seus integrantes, rejeição do papel da ciência na formulação de políticas públicas em meio à crise sanitária, possíveis ligações com milícias e disseminação de notícias falsas, ataques às instituições e arroubos verbais contra a democracia minam a confiança da sociedade.”
O procurador da Lava Jato alinhava no texto os eixos de um possível programa eleitoral de Sérgio Moro:
- diminuir a corrupção;
- promover a saúde;
- recuperar a economia.
O diabo é que a situação que aí está foi criada pela força-tarefa, Deltan Dallagnol e Sérgio Moro. A quebradeira na economia teve início com os ataques da Lava Jato às empresas brasileiras> Nós já discutimos isso aqui, antes da pandemia do coronavírus.
A eleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, igualmente foi obra de Moro e Deltan. Eles prenderam o ex-presidente Lula, sem provas, com o intuito de facilitar a vitória do “escolhido” pela Lava Jato. Em troca dessa ajuda primordinal, o ex-juiz Moro foi agraciado com o cargo de Ministro da Justiça, porém, um mês e quarto meses depois, demitiu-se por causa da eleição de 2022.
Em tempo: o ex-presidente Lula anunciou uma investigação privada internacional levantar os crimes cometidos pela Lava Jato.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.