Dallagnol ataca PGR por desengavetar delação que atinge compadre de Moro

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa Lava Jato, pelo Twitter, atacou o acordo entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, com o advogado Rodrigo Tacla Duran.

Deltan afirmou na noite desta quarta-feira (3) que Tacla Duran comprovadamente inventou histórias para atacar a credibilidade das autoridades.

A reação do coordenador da força-tarefa é em relação ao desengavetamento da delação de Rodrigo Tacla Duran.

“Tacla Duran já apresentou acusações falsas e fantasiosas contra autoridades, sem nenhuma prova, que já foram analisadas e arquivadas pela PGR por não terem qualquer base na realidade”, disse Deltan.

A delação que Aras decidiu desengavetar atinge o compadre do ex-ministro Sérgio Moro, o advogado Carlos Zucolotto.

Rodrigo Tacla Duran jura que deu dinheiro a Zucolotto para obter vantagens em seu acordo de delação premiada com a Lava-Jato em 2016.

Economia

A Lava Jato também lançou uma nota de esclarecimento sobre esse Caso Tacla Duran.

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A seguir, leia a íntegra da manifestação do Deltan acerca da delação que ferra de verde e amarelo a República de Curitiba:

Sobre as notícias divulgadas hoje de que o PGR pretende retomar a delação de Rodrigo Tacla Duran, é importante esclarecer alguns pontos. Segue o fio:

1. Tacla Duran já apresentou acusações falsas e fantasiosas contra autoridades, sem nenhuma prova, que já foram analisadas e arquivadas pela PGR por não terem qualquer base na realidade.

2. Por outro lado, são muitas as evidências, inclusive em investigações em andamento, que demonstram que Rodrigo Tacla Duran mentiu e tentou induzir em erro autoridades no Brasil e no exterior para alcançar impunidade.

3. Por exemplo, alegou perante a Interpol que seus pedidos de prisão e de extradição teriam sido revogados, quando isso não era verdade.

4. No BR e exterior, apresentou contratos e documentos que se provaram falsos para justificar operações financeiras. Alegou ainda que teria trabalhado como advogado para empreiteiras, quando muitas provas apontam que na verdade lavou dinheiro para elas.

5. Além disso, a força-tarefa apontou que há provas de que ele omitiu fatos ao tentar negociar seu primeiro acordo de colaboração premiada.

6. Ainda, Tacla Duran comprovadamente inventou histórias para atacar a credibilidade das autoridades. Disse que procuradores brasileiros teriam se negado a ouvi-lo na Espanha, quando foi ele quem informou às autoridades espanholas que exerceria seu direito ao silêncio.

7. Há várias linhas de investigação em curso relacionadas a Duran, algumas que já conduziram a 4 ações penais no BR em 3 Varas, por lavagem de centenas de milhões de reais, amparadas em provas como extratos bancários, e-mails e declarações de executivos de empreiteiras.

8. Diante do arquivamento das falsas acusações, de que não é confiável e da renovada tentativa de induzir em erro autoridades para se livrar de responsabilização, acreditamos e defendemos que questões políticas não devem interferir na atuação independente das Instituições.

9. O Ministério Público Federal na Lava Jato segue e seguirá realizando seu trabalho contra a grande corrupção política brasileira.