Witzel acusa Bolsonaro

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), apontou o dedo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (26).

O governador fluminense foi alvo da Operação Placebo, conduzida por policiais federais de Brasília, que investiga suspeitas de desvios na Saúde do Rio para ações na pandemia de coronavírus.

“Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro”, afirmou o ex-juiz federal e atual governador do Rio.

Witzel, ao mencionar deputados bolsonaristas, se referiu à deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, antecipou , em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta segunda (25), que a Polícia Federal estava prestes a deflagrar operações contra desvios na área da saúde nos estados.

O governador do Rio é tido como um dos principais adversários do presidente da República e de seu filho, o Zero Um, senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ).

O presidente Bolsonaro, por sua vez, jurou que não sabia da operação da PF, no entanto, ele disse que a Polícia Federal está de “parabéns” pela investigação de Witzel.

Economia

Perguntado sobre o vazamento da operação da PF pela aliada Carla Zambelli, Bolsonaro foi Bolsonaro na resposta: ‘pergunte pra ela’.

A parlamentar desconversou acerca da operação da PF na manhã de hoje, a despeito dela ter adiantado ontem na entrevista a ação contra governadores. ‘Se eu soubesse teria dado o nome [da operação] de estrume, ao invés de Placebo’, disparou a bolsonarista.

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Weintraub é lançado para a prefeitura de São Paulo

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, após o discurso agressivo contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na reunião ministerial de 22 de abril, foi lançado para a prefeitura de São Paulo por grupos bolsonaristas nas redes sociais.

Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro apontam o nome de Weintraub como franco favorito para disputar a presidência. Mas isso, claro, só em 2026, após um eventual segundo mandato do capitão.

Ainda de acordo com a jornalista, até lá, o grupo quer que Weintraub dispute a prefeitura de São Paulo, hoje sob o comando do tucano Bruno Covas (PSDB).

Após o racha no PSL, os bolsonaristas ficaram sem um candidato competitivo para a disputa pela prefeitura na capital paulista.