PGR destaca três procuradores para acompanhar depoimento de Moro à PF

A Procuradoria Geral da República (PGR) informou nesta sexta-feira (1º) que destacou três procuradores para acompanhar o depoimento do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro à Polícia Federal (PF).

Segundo a PGR, acompanharão o depoimento os seguintes procuradores:

• João Paulo Lordelo Guimarães Tavares;
• Antonio Morimoto;
• Hebert Reis Mesquita.

Moro pediu demissão do cargo na última sexta-feira (24) e, ao anunciar a saída, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou interferir politicamente na PF para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência.

Diante das declarações do ex-ministro, a PGR pediu, e o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de um inquérito para investigar o que disse Moro.

Nesta quinta-feira (30), o ministro Celso de Mello, do STF, deu um prazo de cinco dias para que a PF colha o depoimento de Moro sobre acusações que fez contra Bolsonaro.

Economia

Com informações do G1.

Moro chuta o pau da barraca de Bolsonaro, mas o lixo da história aguarda o ex-ministro

O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, numa espécie de defesa prévia, começou a chutar o pau da barraca do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na semana que vem, ele terá de depor à Polícia Federal para detalhar as acusações que fez no pronunciamento de demissão.

Na sexta-feira (24), num verdadeiro desacerto público, Moro fez uma “delação” diante dos holofotes contra o homem que ajudou a ganhar a eleição em 2018 e, como paga, segundo a literatura, tinha recebido o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Por causa disso, o ex-juiz da Lava Jato se sentia mais dono do governo que o próprio eleito, o “Messias, o profeta da morte que atende pelo sobrenome Bolsonaro.

Moro caiu porque quis fazer do Ministério da Justiça e Segurança Pública sua “ilha particular” onde poder-se-ia prospectar, além do fetiche do combate à corrupção, bunisses, negócios em nome da coletividade e do bem-estar geral da sociedade. Liberação de cassinos, redução de impostos para cigarros e bebidas e a regulamentação do lobby no âmbito do governo federal estavam no radar do ex-ministro.

O combate à corrupção no governo Bolsonaro, do qual participou Moro, era para inglês ver. Em um ano de quatro meses, o ex-ministro da Justiça não respondeu onde estava Fabrício Queiroz, o pivô das rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro, e quem mandou matar Marielle Franco –só para ficar em dois exemplos.

Fruto de marketing da velha mídia, Sérgio Moro lustrou a carreira de juiz como “caçador de corruptos”, porém a história comprovou que ele só fazia perseguição política com um único objetivo: chegar ao poder.

A Lava Jato também se revelou um movimento fascista, antipetista, antiesquerda, de uma pequena parte do judiciário, cujo objetivo principal era garantir a chegada da extrema direita e de fundamentalistas religiosos ao Palácio do Planalto.

Em entrevista de capa à revista Veja, Moro circunscreve a desavença com Bolsonaro à exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, no entanto, a bronca envolve muito mais coisa que a vã filosofia possa explicar…

Na guerra de versões sobre o verdadeiro motivo da saída de Moro da Justiça, Bolsonaro disse que estaria desmontando a “República de Curitiba” em Brasília. “Por que só delegados de Curitiba?”, perguntou o presidente, que liberou sua rede de ódio nas redes sociais para carimbar o ex-juiz de “traidor”.

“Moro revelou que não vai admitir ser chamado de mentiroso e que apresentará à Justiça, assim que for instado a fazê-lo, as provas que mostram que o presidente tentou, sim, interferir indevidamente na Polícia Federal”, escreve a Veja.

Com toda a sinceridade do mundo, Sérgio Moro muito em breve cairá no ostracismo político e jurídico. Reservadas as proporções, ele lembra o ocaso do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa. Não tem partido e também foi carrasco. O povo não vota nesse tipo de gente. Nenhum torturador na ditadura conseguiu brilhar na política. A história reservou o lixo para eles todos.

Portanto, no caso de Moro, tem aí um ‘Déjà Vu’ histórico-político.