Paulo Guedes agride, de novo, servidores públicos: ‘inaceitável saquear o País’

O ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveitou a coletiva de balanço de 500 dias de governo Bolsonaro para atacar novamente servidores públicos. O encontro ocorreu no início da noite desta sexta-feira (15) no Palácio do Planalto.

Preocupado em transferir o orçamento e os ativos da União para os bancos privados, Guedes reproduziu a grosseria que marca sua passagem pelo governo –antes de sua ida definitivamente para a Papuda [presídio de Brasília].

A filosofia futebolista assegura que a melhor defesa é o ataque, portanto, foi isso que fez o ministro da Economia:

“Na hora em que estamos fazendo esse sacrifício, que o Brasil está no chão, é inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão, que usem a desculpa da crise da saúde para saquear o Brasil na hora em que ele cai. Nós queremos saber o que podemos fazer de sacrifício para o Brasil nesta hora. E não o que o Brasil pode fazer por nós”, atacou.

Guedes ainda insistiu em chamar servidores de mercenários, elogiou as empresas privadas e disse que a venda de estatais é a melhor saída para o País.

“Nossos heróis não são mercenários. Que história é essa de pedir aumento de salário porque um policial vai exercer sua função? Ou porque um médico vai à rua exercer a sua função. Se ele trabalhar mais por causa do coronavírus, ótimo. Ele recebe hora extra. Mas dar medalhas antes da batalha? As medalhas vêm depois da guerra”, disparou o ministro dos bancos.

Economia

Paulo Guedes afirmou que o congelamento evitaria que centenas de bilhões sejam transferidos para rentistas. “O dinheiro continua tranquilo, mas pode ser empregado para investimentos em saneamento, por exemplo. O Brasil virará uma força movida pelo empreendedorismo”, discursou, escondendo que ele gosta mesmo é de banqueiro.

O ministro da Economia mentiu ao dizer que a depressão alcançou o País somente durante a pandemia de coronavírus.

“A reconstrução de um país leva anos. Passamos um ano e meio tentando reconstruir. Quando estamos começando a decolar, somos atingidos por uma pandemia. Vamos nos aproveitar de um momento deste, da maior gravidade de uma crise de saúde, e vamos subir em cadáveres para fazer palanque? Vamos subir em cadáveres para arrancar recursos do governo?”

O leitor do Blog do Esmael sabe, há mais de um ano, que os índices macroeconômicos apontavam para a depressão econômica. Logo, Paulo Guedes se escora na doença para continuar sua política de sanguessuga do erário.

O ataque do ministro aos servidores públicos, novamente, visa distrair a atenção da sociedade enquanto ele mesmo saqueia o orçamento da União para transferi-lo aos bancos e rentistas.

Paulo Guedes poderia empregar essas mesmas palavras para Paulo Guedes:

“É inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão. As medalhas são dadas após a guerra, não antes da guerra”, disse. “Que história é essa de pedir aumento antes porque policial vai trabalhar mais? Se policial trabalhar mais, ótimo, recebe hora extra.”

Resta saber se os servidores irão reagir à altura ou deixarão por isso mesmo.

Lembro aos agredidos que não adianta bater no cachorro é preciso chutar o dono do cachorro, que, na política, atende pelo nome Bolsonaro. Portanto, prepare a garganta e grite todos os dias: Fora, Bolsonaro!

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Paulo Guedes na reunião ministerial: ‘É preciso vender logo a porra do Banco do Brasil’

Na reunião ministerial de 22 de abril citada por Sergio Moro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que é preciso “vender logo a porra do BB”, de acordo com a coluna da jornalista Bela Megale no O Globo.

Além de todos os ministros do governo, também estavam presentes no encontro os presidentes do próprio Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A gravação da reunião, que é apontada por Moro como prova da interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, está em poder do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Celso de Mello deve decidir hoje sobre a divulgação do vídeo.

Segundo interlocutores do ministro da economia, Guedes passou a fazer mais críticas mais duras ao BB. O ministro tem reclamado que sua pasta tem feito medidas para fornecer créditos às instituições financeiras, mas que isso não tem chegado às empresas. Guedes costuma falar que o BB, que “deveria puxar a fila” por ter o governo como maior acionista não vem fazendo isso.

O ministro também se queixa que o BB está atrasado demais na corrida tecnológica em relação aos demais bancos.

Padilha: ‘mortes por coronavírus são culpa de Bolsonaro’

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) afirmou no início da tarde desta sexta-feira (15), em entrevista à CNN Brasil, que as mortes por coronavírus são de responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A fala de Padilha se deu em meio da demissão de Nelson Teich no Ministério da Saúde.

“Em meio a uma cirurgia complexa, troca-se o cirurgião duas vezes”, criticou Padilha, que já foi ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff.

Para Padilha, a política de saúde do presidente da República é “genocida” e por isso ele deve ser responsabilidade pelas mortes por coronavírus no País.

Teich deixou o Ministério após ser pressionado para liberar o uso da cloroquina, apesar dos alertas de que o medicamento é ineficaz para o tratamento de coronavírus.

“Gostaria muito que Bolsonaro estivesse certo em relação à cloroquina. Porém, não há ainda comprovações sérias sobre sua eficácia”, disse o médico Alexandre Padilha.

O parlamentar petista disse que assim como o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, Teich também apresentou discordâncias com o presidente Jair Bolsonaro sobre as medidas para combate ao coronavírus e o uso da cloroquina.

Nelson Teich ficou apenas um mês no cargo.