Alguns jornalistas que cobrem a entrada do palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, estão desistindo da cobertura e denunciando atos violentos por parte dos apoiadores.
O pior é que os seguranças da presidência não fazem nada para evitar, abandonando os jornalistas à própria sorte.
Até o momento, a Globo, Folha, UOL e Bandeirantes anunciaram a suspensão da cobertura do encontro de Bolsonaro com seus apoiadores em frente ao palácio da Alvorada.
A jornalista Lilian Tahan compartilhou o vídeo a seguir e escreveu: “Isso é o que os repórteres brasileiros estão enfrentando todos os dias para trabalhar. Estes militantes romperam a barreira da civilidade e estão partindo para cima.”
Isso é o que os repórteres brasileiros estão enfrentando todos os dias para trabalhar. Estes militantes romperam a barreira da civilidade e estão partindo para cima. pic.twitter.com/RnCHfeOLzg
— Lilian Tahan (@lilian_tahan) May 25, 2020
O humorista José Simão comentou a reação do vice-presidente Mourão.
Jornalistas sāo hostilizados por apoiadores/agressores de Bolsonaro e Mourāo pede moderaçāo…da imprensa! ???
— José Simão (@jose_simao) May 26, 2020
Rafael Moro Martins, do Intercept, também comentou o fato: “Jornalistas das empresas do grupo Globo vão deixar de cobrir a saída e a chegada do fascista que ocupa a presidência no Palácio da Alvorada. O principal motivo é a segurança – os casos de hostilidade e agressão a jornalistas têm se agravado dia a dia.”
Jornalistas das empresas do grupo Globo vão deixar de cobrir a saída e a chegada do fascista que ocupa a presidência no Palácio da Alvorada. O principal motivo é a segurança – os casos de hostilidade e agressão a jornalistas têm se agravado dia a dia
— Rafael Moro Martins (@rafaelmmartins) May 25, 2020
O Grupo Globo encaminhou uma nota ao general Heleno anunciando que se retira da cobertura do palácio da Alvorada.
A seguir, a íntegra da carta encaminhada pelo Grupo Globo ao ministro Augusto Heleno:
“Ao cumprimentar V.Exa., trazemos ao conhecimento desse Gabinete uma questão que envolve a segurança da cobertura jornalística no Palácio da Alvorada. É público que o Senhor Presidente da República na saída, e muitas vezes no retorno ao Palácio, desce do carro e dá entrevistas bem como cumprimenta simpatizantes. Este fato fez vários meios de comunicação deslocarem para lá equipes de reportagem no intuito de fazer a cobertura.
Entretanto são muitos os insultos e os apupos que os nossos profissionais vêm sofrendo dia a dia por parte dos militantes que ali se encontram, sem qualquer segurança para o trabalho jornalístico.
Estas agressões vêm crescendo.
Assim informamos por meio desta que a partir de hoje nossos repórteres, que têm como incumbência cobrir o Palácio da Alvorada, não mais comparecerão àquele local na parte externa destinada à imprensa.
Com a responsabilidade que temos com nossos colaboradores, e não havendo segurança para o trabalho, tivemos que tomar essa decisão.
Respeitosamente,
Paulo Tonet Camargo
Vice-Presidente de Relações Institucionais
Grupo Globo”
A hostilização da mídia parte do próprio presidente Bolsonaro e de seus aliados. Qualquer órgão que publique informações que desagradem o presidente viram imediatamente inimigos.
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URGENTE: Witzel é alvo de operação da PF no Rio
O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), e sua mulher, Helena, foram alvos da Operação Placebo na manhã desta terça-feira (26). Agentes da PF cumpriram mandados judiciais no Palácio das Laranjeiras, residencial oficial do governo fluminense.
A PF cumpre hoje 12 mandados sobre suspeitas de desvios na Saúde do Rio de Janeiro para ações na pandemia de coronavírus.
A operação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável por ordenar ações contra governadores.
Ex-juiz federal, Witzel ainda teve seu escritório de advocacia e a casa onde ele morava, no Grajaú, devassados pelas equipes da PF.
A operação da PF, na manhã de hoje, tem potencial de elevar a temperatura política entre o governador Witzel, o presidente da República, Jair Bolsonaro, seu filho e senador Flávio Bolsonaro, e o empresário Paulo Marinho.
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Notícias ao vivo do Coronavírus: Brasil tem 374.898 casos confirmados e 23.473 óbitos
No “aquecimento”, Mourão pede para governo comprar esteira de R$ 44 mil com TV, internet e ‘curso interativo’
Dizem que o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) já está em aquecimento, em caso de impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido), para assumir a Presidência da República.
Talvez em virtude dessa atividade o vice tenha solicitado para que o governo lhe compre uma esteira de R$ 44 mil com TV, internet e ‘curso interativo’. A informação é do Estadão.
A justificativa para a procura é que o Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, não tem aparelho ‘minimamente adequado’ para o aquecimento necessário e prática de atividade física.
A licitação foi aberta hoje (25) para adquirir uma esteira ergométrica de última geração. O modelo procurado vem com programas pré-configurados de exercício físico, tela touch screen de alta definição, internet, TV e “cursos interativos”. O valor total é estimado em R$ 44.034,52, já considerando a instalação.
Na verdade, está certo o general Mourão. Tem que se exercitar em casa nesses tempos de bolsominions e coronavírus vagando por aí.
Essa notícia do Estadão tem cheiro de “fogo amigo”, coisa vazada pelo próprio Palácio do Planalto.
O Estadão, assim como a Folha e Globo, se escandalizam com a esteira de R$ 44 mil do vice-presidente, mas não dizem um “a” sobre o pornográfico patrimônio dos bancos –ampliado durante a pandemia com a ajuda do governo.
Apenas cinco bancos, caro leitor, têm fortuna estimada de R$ 7,4 trilhões e supera PIB do Brasil.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.