Governos do Paraguai e Uruguai negam abertura de fronteiras com Brasil

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, afirmou que o Paraguai não avalia no momento liberar a entrada de brasileiros em seu país pelas travessias terrestres. O presidente Bolsonaro conversou com “Marito”, como é conhecido o presidente paraguaio, no último fim de semana.

“Conversei com o Marito [Mario Abdo] do Paraguai. Estamos prontos também, da nossa parte, a abrir a fronteira. Ele acha que não é o caso ainda. Com o Marito temos um grande projeto, estamos fazendo duas pontes com eles”, disse Bolsonaro, referindo-se a obras em Foz do Iguaçu (PR) e Porto Murtinho (MS).

“Estamos dispostos a abrir [a fronteira], até porque é filosofia nossa. É uma realidade, estamos perdendo vidas, sim. Mas não tem de ter pânico, lamentar. [Vamos] fazer o possível para diminuir o número de óbitos.”

Diante do pleito do brasileiro, Abdo afirmou que o Paraguai não avalia no momento liberar a entrada de brasileiros em seu país pelas travessias terrestres.

O Paraguai implementou uma das mais duras regras de quarentena e isolamento social no continente para enfrentar a Covid-19.

Até o momento foram registrados no país vizinho apenas 877 casos e 11 mortes. Por outro lado, o Brasil soma mais de 411 mil casos e 25 mil óbitos.

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Os paraguaios temem que a retomada dos fluxos fronteiriços com o Brasil – que se converteu no epicentro da pandemia na América do Sul – gere uma sobrecarga dos hospitais do país.

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Uruguai também nega

Na segunda (25), Bolsonaro tratou das fronteiras do Brasil com o Uruguai em conversa telefônica com o presidente daquele país, Luis Lacalle Pou.

De acordo com auxiliares, o mandatário apresentou argumentos parecidos aos oferecidos a Abdo: de que o comércio e a livre circulação de residentes são importantes para a sobrevivência da população das cidades de fronteira.

“Foi a questão de abertura da parte de fronteiras em especial. Da minha parte, eu estou pronto para abri-la”, disse Bolsonaro, na terça.

O caso uruguaio, no entanto, é visto como menos problemático por Bolsonaro e seus assessores.

A fronteira com o Uruguai é terrestre e os dois países acertaram regras para permitir a circulação de pessoas que habitam as cidades conurbadas, como é o caso da uruguaia Rivera e da gaúcha Santana do Livramento.

No entanto, Lacalle Pou não sinalizou a Bolsonaro nenhuma intenção de afrouxar as limitações de acesso.

Pelo contrário, ele suspendeu o início de aulas e determinou um controle rígido de entrada e saída de Rivera, para evitar que casos do coronavírus importados do Brasil atinjam outras regiões do país.

Até o momento, o Uruguai contabilizou 789 casos da Covid-19, com 22 mortes.

*As informações são da Folha de São Paulo