Caixa bloqueia auxílio de R$ 600 de trabalhadores até o fim do mês

A Caixa Econômica Federal decidiu impedir transferências da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600 (R$ 1.200 para as mães chefes de família) para outras contas correntes ou poupança por meio de DOC ou TED, até o dia 30 de maio.

A medida atinge todos os trabalhadores que vão receber a segunda parcela do auxílio e não são beneficiários do Programa Bolsa Família.

Têm direito ao auxílio, aprovado pelo Congresso Nacional com o objetivo de ajudar quem ficou sem renda durante a pandemia do novo coronavírus, os trabalhadores e trabalhadoras informais, autônomos e microempreendedores individuais e desempregados.

Para garantir que os trabalhadores não transfiram o dinheiro até o fim do mês, a Caixa abriu uma conta poupança social digital para todos os que tiveram o pedido de auxílio aprovado aprovado e já receberam a primeira parcela.

As contas foram abertas até mesmo aqueles que haviam recebido a primeira parcela em outra conta corrente. Até agora, a conta digital era aberta apenas para quem não tinha conta corrente nem poupança ou tinha informado os dados errados.

Inicialmente, a poupança digital só vai permitir pagamento de contas, de boletos e compras por meio do cartão de débito virtual que o trabalhador consegue por meio do CAIXA Tem.

Economia

Transferências para outras contas e saques só serão liberados a partir de 30 de maio, de forma escalonada conforme o mês de aniversário. O calendário vai até o dia 13 de junho. Confira aqui o calendário.

Em release encaminhado pela assessoria de imprensa da Caixa para o Portal CUT, a justificativa para as mudanças do calendário, que agora tem três datas de pagamento, é o aprimoramento do pagamento. Diz ainda que é para “evitar concentração nos meios digitais e aglomerações nos pontos de atendimento”.

Outra razão, não citada pela assessoria, pode ser a falta de cédulas, como denunciaram os jornais depois que o governo atrasou em duas semanas o anúncio do calendário de pagamento da segunda parcela.

Ou seja, o descaso com o povo segue em todos os detalhes, dificultando a vida de quem mais está sofrendo com a pandemia.

Com informações da CUT.

Auxílio emergencial foi iniciativa da oposição, diz Gleisi Hoffmann

Foto: Lula Marques

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT), uma das autoras do pedido de impeachment de Jair Bolsonaro, disse nesta quinta-feira (21) que o auxílio emergencial foi uma inciativa dos partidos de oposição –apesar da contrariedade do governo.

“A oposição não tem se negado a votar medidas importantes”, afirma a dirigente petista. “Foi da oposição a iniciativa da renda emergencial”, lembra ela.

Gleisi faz questão de registrar que o projeto do auxílio emergencial foi aprovado graças ao esforço do Congresso Nacional, a despeito do governo Bolsonaro –e Paulo Guedes– lutar pelo pagamento de R$ 200.

“Apresentamos o projeto e, com esforço do Congresso, aprovamos. Mesmo assim, o governo demorou a implementar. E eles queriam pagar R$ 200, e não R$ 600”, diz.

A presidenta do PT fez questão de nominar a hashtag #TodosPeloImpeachment para carimbar o auxílio emergencial como iniciativa da oposição a Bolsonaro.

Aliás, o pedido de impeachment coletivo protocolado hoje por cerca de 400 entidades e partidos políticos ocorreu no contexto em que o governo pretende reduzir o auxílio emergencial para R$ 200 antes de extingui-lo totalmente. No entanto, como o Blog do Esmael anotou ontem (20), Bolsonaro e Guedes não se envergonham de ampliar a ajudar para banqueiros, especuladores e empresários oportunistas que estão aproveitando a pandemia de coronavírus para mamar no Orçamento da União.

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Auxílio emergencial de R$ 200, não, Paulo Guedes!

O ministro da Economia, Paulo Guedes, quer reduzir o auxílio emergencial para R$ 200 e propõe a extinção do benefício gradativamente.

Guedes fala em reduzir o valor para duzentos reais após pagamento da terceira parcela, e, assim, encerrar o programa do governo federal.

O valor de R$ 200 era o que propunha o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no início da pandemia, mas, liderada pelo PT, a oposição triplicou o valor para R$ 600 e impondo uma derrota no governo.

Com medo de convulsão social, Guedes disse a empresários nesta terça-feira (19) que é preciso “suavizar” a queda do auxílio emergencial até extingui-lo de vez.

Enquanto fala em deixar 80 milhões de brasileiros à própria sorte, sem emprego e sem renda, Paulo Guedes e Bolsonaro liberaram cerca de R$ 1,2 trilhão de ajuda aos bancos já no início da pandemia de coronavírus. O governo ainda estuda drenar mais R$ 2 trilhões para banqueiros com dinheiro oriundo da venda de ativos imóveis e participação da União em estatais.

Entretanto, o custo do auxílio emergencial para 80 milhões de brasileiros chegou a R$ 154,4 bilhões, ou seja, o valor destinado a bancos e especuladores –a título de pagamento de juros e amortizações da dívida pública interna– poderia pagar o mesmo benefício para a metade da população do planeta [cerca de 3,2 trilhões de pessoas].