Bolsonaro inaugura propinoduto com Centrão, acusa Folha

A Folha de S. Paulo acusa nesta sexta-feira (8) o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de inaugurar um propinoduto após ingressar oficialmente no governo.

Segundo o jornalão paulistano, parlamentares do grupo político do qual o presidente da República é oriundo seriam suspeitos de utilizar apoios e cargos para obter propinas.

O esquema de corrupção já vem desde os tempos da operação Lava Jato, resgata a Folha, que aponta os principais líderes do Centrão como possíveis pré-candidatos à sucessão do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o “Botafogo”:

  • Arthur Lira (PP-AL)
  • Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder da maioria na Câmara
  • Marcos Pereira (Republicanos-SP), vice-presidente da Casa

A Folha destaca que o líder do bloco, Arthur Lira (PP-AL), é o mais implicado na Justiça: ele foi condenado no âmbito da Operação Taturana, que apurou desvio de verbas da Assembleia Legislativa de Alagoas por meio de apropriação de salário de servidores e empréstimos na rede bancária pagos com verba de gabinete.

“Jair Bolsonaro ofereceu e está distribuindo a esse bloco de partidos cargos de segundo e terceiro escalão em troca de apoio no Congresso. O primeiro, a diretoria-geral do Dnocs (departamento de obras contra a seca), foi entregue nesta quarta (6) ao Avante, em uma intermediação feita por Arthur Lira”, escreve o jornal.

Bolsonaro foi deputado por 28 anos e integrava informalmente o Centrão.

Economia

A reportagem da Folha tenta reanimar a proposta de emenda parlamentar que possibilitaria mais um mandato para Maia na Câmara, tirar do oxigênio a Lava Jato para espezinhar o presidente da República.

No entanto, vale ressaltar, em nenhum momento a Folha de S. Paulo faz críticas à atuação do Congresso contra os trabalhadores e o povo brasileiro nesses tempos de coronavírus. Pelo contrário. O jornalão concorda com tudo que eles estão fazendo, isto é, destruindo a economia solidária e popular, tirando direitos sociais e liquidando patrimônios públicos para salvaguardar a remuneração de banqueiros e especuladores.

Portanto, pode-se afirmar sem mede de errar: Folha, Bolsonaro, Centrão, Maia, Moro et caterva são farinha do mesmo saco.

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‘Fora Bolsonaro’: ABI protocola pedido de impeachment na Câmara

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) protocolou na quarta-feira (6) pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro por prática de sucessivos crimes de responsabilidade cometidos por ele, e atentados à saúde pública no combate ao novo coronavírus.

O documento, assinado pelo presidente da ABI, Paulo Jeronimo de Sousa, pede a instauração de processo criminal contra Bolsonaro, com base em fundamentos jurídicos previstos na Constituição brasileira.

“Os crimes que se imputam ao Exmo. Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, têm previsibilidade constitucional nos art. 85, III e IV da Constituição da República, e estão tipificados no art. 7º, incisos 7 e 8, e art. 9º, incisos 4 e 7, da lei 1079/50”, ressalta a petição.

Entre os crimes de responsabilidade supostamente praticados pelo presidente da República, detalhados na ação, destacam-se participação de Bolsonaro em manifestação pública em 19/04/2020, em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, convocada com o objetivo de pedir intervenção militar na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e no Supremo Tribunal Federal (STF) – órgãos do Poder Legislativo e Poder Judiciário.

“Ao incitar militares contra os poderes constituídos, o Exmo. Sr Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, inequivocamente, incitou a desobediência à lei e infração à disciplina, que, em se tratando de servidores públicos militares, é mais exigida nos termos da ordem jurídica”, afirma o documento da ABI.

Também são objeto da queixa crime as denúncias feitas pelo ex-ministro Sergio Moro, em pronunciamento à imprensa, no dia 24 de abril, relativas a supostas interferências políticas de Bolsonaro na Polícia Federal, com a consequente exoneração do diretor-geral da PF.

“A requisição de acesso aos relatórios sigilosos da PF, além de se constituir em contrariedade a princípio constitucional elencado em disposição da Constituição (art. 37, caput), notadamente da legalidade, impessoalidade e moralidade, tipifica modo de proceder incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo de Presidente da República”.

Igualmente, a denúncia apresentada pela ABI aponta crime de responsabilidade na conduta de Jair Bolsonaro, contrária às recomendações sanitárias de órgãos competentes, durante a pandemia do coronavírus.

Com o pedido da ABI, já são cerca de 30 pedidos de impeachment esperando encaminhamento do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

Bolsonaro no ‘colo’ do Centrão e Diário Oficial publica nomeações nesta quarta

O presidente Jair Bolsonaro abandonou a retórica demagógica contra a “velha política” e partiu para o abraço no Centrão, bloco parlamentar mais fisiológico e corrupto do Congresso Nacional.

Cada vez mais isolado e desgastado, Bolsonaro arrega e senta no colo dos “capos” do grupo comandado por figuras como Roberto Jefferson (PTB), Valdemar Costa Neto (PL), Gilberto kassab (PSD), Paulinho da Força (Solidariedade) e de próceres do PP, Republicanos e Avante.

A mordida do Centrão foi apetitosa: Bolsonaro liberou a gorda fatia de 53 bilhões para a gerência do grupo através de nomeações em empresas estatais, bancos, autarquias, diretorias e conselhos estatais. O número de páginas no Diário Oficial da União (DOU) vai aumentar nos próximos dias.

Nesta quarta-feira (6), a primeira leva de nomeações começou pelo tradicional objeto de desejo de políticos nordestinos: O DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra a Seca. Foi nomeado Fernando Marcondes de Araújo Leão, indicado pelo Avante.

Nas próximas horas, o Centrão aguarda as nomeações para a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e para diversas secretárias e diretorias de ministérios em edições extras do DOU.

Com medo do impeachment, que já coleciona cerca de 30 pedidos na mesa de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara dos Deputados, Bolsonaro aposta as suas fichas na bancada parlamentar do Centrão. O movimento visa também a disputa da presidência da Câmara de Deputados no próximo ano, quando se encerra o mandato de Maia.