A farra publicitária da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do governo Jair Bolsonaro, contempla gastos com sites de fake news e até um ligado à atividade ilegal de jogo do bicho.
Para esclarecer esses gastos e por fim às possíveis ilegalidades, o líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), encaminhou um pedido de informações para o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, general Luiz Eduardo Ramos.
O documento foi protocolado na segunda-feira (25); o governo tem 30 dias para responder ao requerimento.
O líder do PT requer informações sobre todos os contratos e destinação de verbas de publicidade institucional e de utilidade pública do Governo Federal ao longo de 2019 até o dia 30 de abril último.
A Secom, acionada pelo jornal Folha de S. Paulo, recusou-se a revelar gastos detalhados, conforme observa o líder do PT.
Ele lembra que o jornal publicou no dia 9 de maio matéria sob o título “Publicidade de Bolsonaro na Previdência irrigou sites de jogos de azar e fake news”, conforme planilhas da própria Secom.
Foram destinadas verbas de publicidade do Governo Federal a sites de fake news, sites de jogo do bicho, sites infantis em russo e, ainda, a canal de apoio ao Presidente Jair Bolsonaro no YouTube, que veicularam propaganda da Reforma da Previdência no ano de 2019.
As informações referem-se apenas aos períodos de 6 de junho a 13 de julho de 2019 e de 11 a 21 de agosto de 2019.
No entanto, desde 11 de novembro de 2019, a Secom recusou-se por duas vezes a fornecer planilhas solicitadas por meio do Serviço de Informação o Cidadão.
Conforme o líder do PT, após recursos contra as duas negativas da Secom, a CGU determinou, em fevereiro deste ano, que a Secretaria disponibilizasse o relatório no prazo de 60 dias contados da notificação da decisão. A Secom finalmente encaminhou as informações incompletas em 17 de abril passado, mais de cinco meses após o pedido inicial.
“Segundo as planilhas da Secom, sites de fake news receberam verba de anúncios do Governo Federal. Um dos campeões, com 66.431 anúncios, foi o Sempre Questione, que divulga desde desinformação na forma de teorias da conspiração sobre a pandemia de coronavírus, até alegados ‘flagrantes de Ovnis’”, observa Enio Verri.
As planilhas não especificam o total gasto pela Secom com os anúncios. Em maio de 2019, a Secretaria anunciou que gastaria R$ 37 milhões em inserções publicitárias sobre a reforma da Previdência, em televisão, internet, jornais, rádio, mídias sociais e painéis em aeroportos.
O montante pago pela Secom é dividido entre o Google e o site ou canal do YouTube. As porcentagens do Google variam, de 40% a 20% ou menos, dependendo da negociação entre os sites e a plataforma.
As peças do governo Bolsonaro também foram veiculadas em outros sites que disseminam desinformação, como o Diário do Brasil (36.551 anúncios). O canal Terça Livre TV, do YouTuber de extrema direita Allan dos Santos, recebeu por 1.447 anúncios.
Verri lembrou que essa informação oficial colide frontalmente com o depoimento do bolsonarista Allan Santos à CPMI das Fake News, em novembro de 2019, quando afirmou não receber “nenhum centavo do governo”.
“Chama a atenção nas planilhas, igualmente, informação sobre site o resultadosdobichotemporeal.com.br, que divulga resultados do jogo do bicho, atividade notoriamente ilegal no Brasil”, comenta o líder no requerimento.
“As planilhas da Secom registram, ainda, gastos de verba publicitária com sites e canais que promovem o Presidente Jair Bolsonaro. Foram 5.067 anúncios no Bolsonaro TV, descrito como “canal dedicado em apoiar o Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro”.
Aplicativos para celular como Brazilian Trump, Top Bolsonaro Wallpapers e Presidente Jair Bolsonaro também veicularam a campanha. Ainda segundo a planilha, foram veiculados anúncios em sites de políticos eleitos, como o do Senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
A Secom contrata agências de publicidade, que compram espaços por meio do serviço GoogleAdSense para veicular campanhas em sites, canais do YouTube e aplicativos para celular. O serviço permite exibir anúncios em texto, imagem e vídeo, gerando lucro de acordo com a quantidade de cliques ou de visualizações.
Alguns desses canais, como o do blogueiro Allan dos Santos, foram alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal no inquérito das ‘fake news’ do Supremo Tribunal Federal. Ou seja, há indícios que o funcionamento dos canais de notícias falsas bolsonaristas seja financiado pelo próprio governo.
As informações são do PT e da Folha de São Paulo.
Véio da Havan, Roberto Jefferson, Allan dos Santos e Douglas Garcia são alvos da PF nesta quarta
A Polícia Federal está nas ruas na manhã desta quarta-feira (27) cumprindo diversos mandados de busca e apreensão a mando do Supremo Tribunal Federal (STF) na apuração de ofensa, ameaças e notícias falsas contra a Corte.
O deputado Douglas Garcia (PSL-SP) e o blogueiro Allan dos Santos, ambos bolsonaristas de primeira hora, estão entre os alvos da operação. Também são alvos de mandatos o ex-deputado Roberto Jefferson e o empresário Luciano Hang, o ‘Véio da Havan’.
A PF cumpre 29 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina.
Segundo informações preliminares, a operação visa desmontar a rede que financia o ‘gabinete do ódio’ e o exército de ‘robôs bolsonaristas’.
As investigações tramitam em sigilo e apuram informações levantadas pela equipe designada pelo relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes, sobre suspeitos de fomentar ataques virtuais e ameaças físicas aos ministros do STF.
O inquérito criminal para apurar “notícias fraudulentas”, ofensas e ameaças que “atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares” foi aberto em março pelo presidente da Corte, ministro Dias Toffoli.
A operação coincide com novas ameaças dos bolsonaristas contra o Supremo Tribunal Federal na defesa do ministro da falta de Educação, Abraham Weintraub.
Com informações do G1.
Robôs amanhecem na defesa de Abraham Weintraub ameaçando o STF
Os robôs bolsonaristas passaram a noite tuitando e a hashstag #STFNaoMexaComAbraham amanheceu em segundo lugar do Twitter nacional, atrás somente de uma tag contra a homofobia.
O motivo é que o ministro da falta de Educação de Bolsonaro, Abraham Weintraub, terá cinco dias para prestar explicações à Polícia Federal sobre suas declarações injuriando o Supremo Tribunal Federal. Na reunião ministerial de 22 de abril, aquela que teve o vídeo divulgado, Weintraub chamou os ministros do STF de vagabundo e disse que, por ele, colocaria todos na cadeia.
Mas esta quarta-feira não deve ser fácil para os bolsonaristas que fazem ameaças anônimas e distribuem ‘fake news’. A Polícia Federal está na rua nesta manhã, em operações contra as notícias faltas. Não há muitos detalhes ainda, mas sabe-se que buscas e apreensões estão sendo realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná, Mato Grosso e Santa Catarina.
Mas, voltando às ameaças de hoje, vejamos algumas:
Eu, Giancarlo, por mim e minha família, botava esses VAGABUNDOS, do STF na cadeia. (e qq brasileiro q não pensa assim compactua com lagosta, regalias e soltura de bandidos) #STFNaoMexaComAbraham
— Lulaciro Jr (@CallegherDe) May 27, 2020
Não vamos aceitar esses canalhas tirarem o melhor ministro da educação que o Brasil já teve #EuApoioWeintraub #STFNaoMexaComAbraham pic.twitter.com/RoAs12R3Xf
— jblimasp@gmail.com (@jblimaspgmailc2) May 27, 2020
#STFNaoMexaComAbraham , o que esta mais alinhado com os anseios do povo! pic.twitter.com/htxrXLiRKq
— DJ Gera (@Antonio96540924) May 27, 2020
“Eu por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando pelo STF”
Todos podiam postar essa frase acima!#EuApoioWeintraub
— Allan dos Santos – opovonopoder.com.br (@allantercalivre) May 27, 2020
Weintraub terá 5 dias para explicar à Polícia Federal o ataque ao Supremo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta terça-feira (27) que o ministro da falta de Educação, Abraham Weintraub, seja ouvido em até cinco dias pela Polícia Federal.
Weintraub terá que explicar o fato de ter chamado os ministros do Supremo de “vagabundos” e de ter dito que por ele “colocava todos na cadeia”.
As falas foram proferidas durante a reunião ministerial de 22 de abril. Aquela que o ex-juiz Sérgio Moro alega ser prova contra o presidente Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal.
Explica aí, Weintraub!
Após ataque ao STF, Weintraub é convocado para prestar explicações ao Senado
Weintraub chamou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de “vagabundos”, afirmando que queria prendê-los. O ministro declarou ainda que odeia os termos “povos indígenas” e “povo cigano” e classificou Brasília como “uma porcaria”, “um cancro de corrupção, de privilégio”.
Os senadores aprovaram a convocação com base nestas três afirmações. O comparecimento do ministro da Educação é obrigatório, com base na Constituição Federal. Se não comparecer, Weintraub pode responder por crime de responsabilidade.
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Segundo o requerimento da convocação, de autoria da senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), Weintraub “atentou contra a dignidade dos integrantes da mais alta Corte do Judiciário brasileiro, agrediu a Capital da República e desprezou os povos indígenas, cuja integridade e cultura devem ser preservadas por preceito constitucional”.
A data do depoimento ainda será definida entre o Senado e o Ministério da Educação.
Weintraub também é alvo de requerimento de convocação na Câmara dos Deputados.