Bolsonaro e Heleno se encontram com investigados do “Gabinete do Ódio”. Coincidência ou batom na cueca?

O Gabinete do Ódio não para nunca. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro do Gabinete Segurança Institucional, general Augusto Heleno, que o digam.

De acordo com o Uol, o presidente recebeu a youtuber Bárbara Zambaldi Destefan em Palácio do Planalto cinco dias antes da operação da Polícia Federal, autorizada pelo STF. Ela é uma das investigadas pelo Supremo Tribunal Federal no inquérito das fake news.

Bárbara é dona do canal “Te Atualizei”, de apoio ao presidente Bolsonaro no YouTube com 585 mil inscritos no Youtube.

Além da entrevista da youtuber com o presidente da República, o ministro da GSI posou para selfie com Leonardo Rodrigues de Barros Neto, ex-assessor da deputada Alana Passos (PSL-RJ) na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Barros Neto publicou uma foto ao lado do general Heleno um dia antes de a PF requer ao Twitter a identidade do proprietário da conta @bolsoneas, também de apoio a Bolsonaro.

Segundo o Uol, Bárbara e Leonardo são considerados influenciadores de direita nas redes sociais a partir de perfis anônimos.

Economia

A Constituição Federal assegura a liberdade de expressão, todavia veta o anonimato.

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é recorrente no uso de expressões como “namoro”, “noivado” e “casamento” para justificar ações de seu governo.

Na noite desta quinta-feira (28), durante uma live, o presidente da República afirmou que pode indicar o procurador-geral da República Augusto Aras para o Supremo Tribunal Federal (STF) ‘se aparecer uma terceira vaga’ no curso do mandato.

“Tem uma vaga prevista para novembro, outra para o ano que vem. O senhor Augusto Aras, nessas duas vagas, deixo bem claro, não está previsto o nome dele. Eu costumo dizer que tenho três nomes – que não vou revelar – que eu namoro para indicar para o Supremo Tribunal Federal. Um vai ser evangélico, é um compromisso que eu tenho com a bancada evangélica”, disse o presidente Bolsonaro.

É bom Aras colocar a barba de molho porque o retrospecto é negativo para quem Bolsonaro prometeu namoro, noivado ou casamento. O presidente chifrou a todos nesses relacionamentos fugazes.

Então, vejamos:

  • Gustavo Bebianno – ministro da Secretaria Geral, em 18 de fevereiro de 2019;
  • Ricardo Vélez – ministro da Educação, em 8 de abril de 2019;
  • Santos Cruz – ministro da Secretaria de Governo, em 13 de junho de 2019;
  • Floriano Peixoto – ministro da Secretaria Geral, em 20 de junho de 2019;
  • Onyx Lorenzoni* – ministro da Casa Civil, em 13 de fevereiro de 2020;
  • Osmar Terra – ministro da Cidadania, em 13 de fevereiro de 2020;
  • Gustavo Canuto – ministro do Desenvolvimento Regional, em 6 de fevereiro de 2020;
  • Luiz Henrique Mandetta – ministro da Saúde, em 16 de abril de 2020;
  • Sérgio Moro – ministro da Justiça, em 24 de abril de 2020;
  • Nelson Teich – ministro da Saúde, em 15 de maio de 2020; e
  • Regina Duarte – secretária da Cultura, em 20 de maio de 2020.

*Onyx Lorenzoni foi rebaixado para a Cidadania.

Note o caríssimo leitor que a “fidelidade” não é o forte do presidente Jair Messias Bolsonaro. Pelo contrário. O chifre é a regra em relação aos seus auxiliares e aliados políticos, embora a retórica pública seja outra.

“Voltamos a namorar. Está tudo bem com Rodrigo Maia”, disse Bolsonaro no dia 14 de maio de 2020, em público, mas isso não impediu que o “Gabinete do Ódio” desancasse o presidente da Câmara nas redes sociais.

Os dois mais notórios ‘chifrados’ foram a atriz Regina Duarte e o ex-ministro Sérgio Moro.

Depois de um ‘noivado’ longo, que durou 47 dias, a atriz Regina Duarte confirmou o ‘enlace’ com Bolsonaro. Como numa novela, o ‘casamento’ entre os dois acabou após o presidente da República ser flagrado ‘pulando a cerca’ com o também ator Mário Frias. O moço foi usado para fritar [humilhar] a secretária Nacional da Cultura.

Moro tinha a promessa de ser nomeado para uma vaga do Supremo Tribunal Federal, mas, por desavença, levou um pé na bunda do presidente Jair Bolsonaro.

Aras, independente de ser comunista ou não, deveria levar em consideração a velha máxima de Karl Marx: ‘A história se repete, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.’