“Bolsonaro apequena a PF e transforma-a em ‘braço político'”; diz Boulos

O presidente Bolsonaro nomeou Rolando Alexandre de Souza para exercer o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal nesta segunda-feira (4) mas a nomeação não pegou muito bem.

Rolando era secretário de Planejamento e Gestão da Abin, ou seja, era assessor de Alexandre Ramagem na Agência Brasileira de Inteligência.

Nada que desabone o currículo dele, mas a escolha não deixa dúvidas sobre as reais intensões do presidente Bolsonaro.

Guilherme Boulos escreveu: Bolsonaro nomeou Rolando Alexandre, assessor de Ramagem na Abin, para dirigir a PF. Ou seja, em vez do amigo do Carluxo, o sub do amigo do Carluxo. Apequena a Polícia Federal e mantém a linha de usá-la como braço político.

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Ou seja, já que não pode ter Ramagem para interferir na Polícia Federal, Bolsonaro resolveu por um preposto do chefe da Abin. Com isso, ele garante o controle do órgão e

STF revoga nomeação de amigo da família Bolsonaro na PF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revogou nesta quarta-feira (29) a nomeação de Alexandre Ramagem, amigo do família Bolsonaro, para a direção-geral da Polícia Federal.

A decisão está no âmbito de um mandado de segurança impetrado ontem pelo PDT como forma de impedir a posse de Ramagem, que havia sido marcada para acontecer às 15h desta quarta-feira.

“Defiro a medida liminar para suspender a eficácia do decreto [de nomeação] no que se refere à nomeação e posse de Alexandre Ramagem Rodrigues para o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal”, diz a decisão do ministro do STF.

Uma das alegações que sustentam o pedido é a declaração do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, de que Bolsonaro pretende interferir politicamente na PF para ter influência nas investigações da organização.

Globo e grupos neofascistas lançam ‘campanha presidencial’ de Moro
O ativista social Milton Alves escreve que a Rede Globo e grupos empresariais neofascitas tentam substituir o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, no seu projeto político de extrema direita.

“É necessário levar em conta o fator Moro”, alerta o articulista.

Para Milton Alves, subestimar o ex-juiz da Lava Jato na arena eleitoral será repetir o erro grave que a direita tradicional e a esquerda cometeram quando defendiam a tese de que Bolsonaro seria derrotado por qualquer candidato em um eventual segundo turno nas eleições presidenciais de 2018.

Leia a íntegra do artigo:

Globo e grupos neofascistas lançam ‘campanha presidencial’ de Moro

Por Milton Alves*

O mesmo modus operandi, as mesmas fontes de financiamento, as mesmas digitais programáticas, que outrora impulsionaram a nascente campanha presidencial do então deputado federal Jair Bolsonaro em 2017-2018, convergem para estruturar um braço político para o ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

Trata-se de uma operação política que aposta as suas fichas no esboroamento do governo Bolsonaro e prepara a construção narrativa para consolidar o “herói” redentor que vai combater a corrupção dos políticos, o petismo, defender o liberalismo econômico e zelar pela segurança dos brasileiros – motes principais da pregação do ex-comandante da Lava Jato.

Movimentos e grupos como “Brasil Estou Aqui”, “Laços de Apoio ao Brasil”, “Lava Togas” e “Vem Pra Rua” constituem o núcleo inicial das tropas moristas, que enfrentam no momento uma guerra pelo espólio da narrativa que catapultou Bolsonaro à Presidência da República.

Além dessa estrutura subterrânea, o “morismo” conta com os poderosos canhões de luz da Rede Globo, projetando Moro diariamente em seus telejornais. E também com uma vasta rede de apoio organizada nas diversas instâncias do aparelho judiciário e dos órgãos de controle, inclusive na Polícia Federal – foco inicial do rompimento com o governo de Bolsonaro.

Essa nascente “tropa de choque” de Moro não se fez de rogada e já mostrou neste sábado (2) que tem a disposição de brigar pela imagem de seu líder. Todos viram nas redes sociais as cenas do pugilato entre os apoiadores de Bolsonaro e de Moro na frente da sede da Polícia Federal no bairro da Santa Cândida, zona norte de Curitiba – local que testemunhou a saga da Vigília Lula Livre.

Neste feriado prolongado de 1º de maio, outdoors de apoio ao ex-ministro Sergio Moro apareceram em diversas regiões de Curitiba, principalmente nos bairros da classe média alta curitibana como Jardim Social, Batel, Bigorrilho-Champagnat, Alto da XV, Mercês, Juvevê, Bom Retiro e Jardim América – sólidos redutos de apoio ao lavajatismo.

A operação Lava Jato, que foi uma espécie de “cavalo de troia” do golpismo, espargiu de seu ventre a crítica feroz e sistemática ao modelo político-partidário oriundo da redemocratização de 1988, responsabilizado por todas as mazelas do país, o que favoreceu a expansão de uma vasta corrente política de direita, neoliberal e, visceralmente, antipetista – e contra as teses de esquerda em geral – espalhada em diversas camadas da população, mais consolidada nas classes médias urbanas e rurais. Bolsonaro soube capitalizar essa onda política conservadora, engolindo a velha direita e derrotando nas urnas o petismo -, com Lula aprisionado e proscrito politicamente.

No momento, Moro enfrenta uma luta feroz contra o chamado “bolsonarismo raiz” e lança sinais em direção ao bloco político que reúne a direita tradicional, que ainda se encontra dividida quanto ao que fazer com Bolsonaro, hesitando em assumir os mecanismos legais e constitucionais para abreviar a existência nefasta do governo da extrema-direita.

A conjuntura, marcada pela polarização política e atravessada por uma crise econômica e sanitária sem precedentes, agravada mais ainda pela pandemia do coronavírus, abriu um novo período de forte turbulência e de extrema volatilidade, provocando um processo de decantação na extrema-direita e com impactos na velha direita. O rompimento de Moro é parte integrante desse processo em curso.

É necessário levar em conta o fator Moro. Subestimá-lo será repetir o erro grave que a direita tradicional e a esquerda cometeram quando defendiam a tese de que Bolsonaro seria derrotado por qualquer candidato em um eventual segundo turno nas eleições presidenciais de 2018.

*Milton Alves é ativista político e social. Autor do livro ‘A Política Além da Notícia e a Guerra Declarada Contra Lula e o PT’.

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Bolsonaro a Rede Globo em nota oficial; confira a íntegra

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou uma nota oficial nesta segunda-feira (4), no Twitter, na qual ataca a Rede Globo pela cobertura do programa Fantástico à participação dele no ato antidemocrática de ontem (3).

O presidente repetiu que se tratou de uma manifestação “espontânea” e cobrou da emissora que dê destaque às prisões de pessoas que furaram a quarentena, a exemplo de uma mulher algemada numa praça de Araraquara (SP).

Leia a íntegra da nota oficial de Bolsonaro:

A TV Globo no Fantástico de ontem se dedicou a ataques ao Presidente Jair Bolsonaro, pelo fato de um fotógrafo do jornal O Estado de SP ter sido agredido por alguns possíveis infiltrados na pacífica manifestação.

Também condenamos a violência. Contudo, não vi tal ato, pois estava nos limites do Palácio do Planalto e apenas assisti a alegria de um povo que, espontaneamente, defendia um Governo eleito, a democracia e a liberdade.

Agora não vi, em dias anteriores a TV Globo sair em defesa de uma senhora e filha que foram colocadas a força dentro de um camburão por estarem nadando em Copacabana, outra ser algemada por estar numa praça em Araraquara/SP ou um trabalhador também ser algemado e conduzido brutalmente para uma DP no Piauí.

A maior violência que o povo sofre no Brasil e aquela contra seus direitos fundamentais, com o apoio ou omissão da Rede Globo.

Eduardo Bolsonaro comete crime de homofobia para defender manifestação antidemocrática do pai

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o Zero Três, abriu fogo contra os LGTBs para justificar a manifestação antidemocrática liderada por seu pai, Jair Bolsonaro, presidente da República.

Bolsonaro pai comandou neste domingo (3), em Brasília, protesto contra o Congresso, STF e a imprensa. Vários repórteres que cobriam o evento sofreram agressões de seus seguidores.

“Protestos democráticos são esses aí das imagens, talkei?”, postou no Twitter Eduardo Bolsonaro, o “Dudu Bananinha“, anexando fotos de performances gays em manifestações LGTBs.

O presidente e seus filhos são recorrentes à temática gay e eles se comportam de maneira homofóbica, o que pode ser configurada em crime. Desde junho de 2019, atos de homofobia e de transfobia são criminalizados no País.

Pelo entendimento do STF, a Lei do Racismo também pode alcançar os integrantes da comunidade LGBT e é compatível com a Constituição Federal.

Gays, lésbicas e afins nada tiveram com os protestos de hoje no DF, mas, mesmo assim, são usados pela família Bolsonaro como bodes expiatórios de suas frustrações sexuais, intelectuais e políticas.