Auxílio emergencial de R$ 200, não, Paulo Guedes!

O ministro da Economia, Paulo Guedes, quer reduzir o auxílio emergencial para R$ 200 e propõe a extinção do benefício gradativamente.

Guedes fala em reduzir o valor para duzentos reais após pagamento da terceira parcela, e, assim, encerrar o programa do governo federal.

O valor de R$ 200 era o que propunha o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no início da pandemia, mas, liderada pelo PT, a oposição triplicou o valor para R$ 600 e impondo uma derrota no governo.

Com medo de convulsão social, Guedes disse a empresários nesta terça-feira (19) que é preciso “suavizar” a queda do auxílio emergencial até extingui-lo de vez.

Enquanto fala em deixar 80 milhões de brasileiros à própria sorte, sem emprego e sem renda, Paulo Guedes e Bolsonaro liberaram cerca de R$ 1,2 trilhão de ajuda aos bancos já no início da pandemia de coronavírus. O governo ainda estuda drenar mais R$ 2 trilhões para banqueiros com dinheiro oriundo da venda de ativos imóveis e participação da União em estatais.

Entretanto, o custo do auxílio emergencial para 80 milhões de brasileiros chegou a R$ 154,4 bilhões, ou seja, o valor destinado a bancos e especuladores –a título de pagamento de juros e amortizações da dívida pública interna– poderia pagar o mesmo benefício para a metade da população do planeta [cerca de 3,2 trilhões de pessoas].

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveitou a coletiva de balanço de 500 dias de governo Bolsonaro para atacar novamente servidores públicos. O encontro ocorreu no início da noite desta sexta-feira (15) no Palácio do Planalto.

Preocupado em transferir o orçamento e os ativos da União para os bancos privados, Guedes reproduziu a grosseria que marca sua passagem pelo governo –antes de sua ida definitivamente para a Papuda [presídio de Brasília].

A filosofia futebolista assegura que a melhor defesa é o ataque, portanto, foi isso que fez o ministro da Economia:

“Na hora em que estamos fazendo esse sacrifício, que o Brasil está no chão, é inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão, que usem a desculpa da crise da saúde para saquear o Brasil na hora em que ele cai. Nós queremos saber o que podemos fazer de sacrifício para o Brasil nesta hora. E não o que o Brasil pode fazer por nós”, atacou.

Guedes ainda insistiu em chamar servidores de mercenários, elogiou as empresas privadas e disse que a venda de estatais é a melhor saída para o País.

“Nossos heróis não são mercenários. Que história é essa de pedir aumento de salário porque um policial vai exercer sua função? Ou porque um médico vai à rua exercer a sua função. Se ele trabalhar mais por causa do coronavírus, ótimo. Ele recebe hora extra. Mas dar medalhas antes da batalha? As medalhas vêm depois da guerra”, disparou o ministro dos bancos.

Paulo Guedes afirmou que o congelamento evitaria que centenas de bilhões sejam transferidos para rentistas. “O dinheiro continua tranquilo, mas pode ser empregado para investimentos em saneamento, por exemplo. O Brasil virará uma força movida pelo empreendedorismo”, discursou, escondendo que ele gosta mesmo é de banqueiro.

O ministro da Economia mentiu ao dizer que a depressão alcançou o País somente durante a pandemia de coronavírus.

“A reconstrução de um país leva anos. Passamos um ano e meio tentando reconstruir. Quando estamos começando a decolar, somos atingidos por uma pandemia. Vamos nos aproveitar de um momento deste, da maior gravidade de uma crise de saúde, e vamos subir em cadáveres para fazer palanque? Vamos subir em cadáveres para arrancar recursos do governo?”

O leitor do Blog do Esmael sabe, há mais de um ano, que os índices macroeconômicos apontavam para a depressão econômica. Logo, Paulo Guedes se escora na doença para continuar sua política de sanguessuga do erário.

O ataque do ministro aos servidores públicos, novamente, visa distrair a atenção da sociedade enquanto ele mesmo saqueia o orçamento da União para transferi-lo aos bancos e rentistas.

Paulo Guedes poderia empregar essas mesmas palavras para Paulo Guedes:

“É inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão. As medalhas são dadas após a guerra, não antes da guerra”, disse. “Que história é essa de pedir aumento antes porque policial vai trabalhar mais? Se policial trabalhar mais, ótimo, recebe hora extra.”

Resta saber se os servidores irão reagir à altura ou deixarão por isso mesmo.

Lembro aos agredidos que não adianta bater no cachorro é preciso chutar o dono do cachorro, que, na política, atende pelo nome Bolsonaro. Portanto, prepare a garganta e grite todos os dias: Fora, Bolsonaro!