Após ser adquirido, Centrão nem aí com participação de Bolsonaro em ato antidemocrático

Os cargos. O que importa são os cargos. Com isso em mente, o Centrão afrouxou as críticas pela participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), neste domingo (3), na manifestação contra o Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e velha mídia.

Tirando algumas poucas palavras acerca das agressões aos profissionais da imprensa –Estadão, Folha, O Globo e Poder 360–, a turma do Centrão só pensa mesmo na boquinha que podem conquistar na negociação com Bolsonaro.

Deputados e senadores do Centrão disseram ter visto a ida do presidente ao protesto como um domingo qualquer. A notinha de repúdio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), expressa bem o ânimo do Centrão.

“Eles também minimizaram a ameaça a enfermeiros no dia anterior e as declarações intimidatórias do presidente contra o STF, dando a entender que não aceitará eventuais decisões desfavoráveis. O grupo é o novo aliado de Bolsonaro e está prestes a receber um lote de cargos públicos”, registra o Painel, da Folha, nesta segunda-feira (4).

A coluna do jornalão lamenta que os poucos parlamentares que se posicionaram a respeito do ocorrido no fim de semana defenderam as pessoas agredidas, mas não criticaram Bolsonaro, que mais uma vez incentivou aglomerações durante a pandemia.

O Brasil tem 7.051 mortes por coronavírus e 102 mil casos confirmados na manhã de hoje.

Economia

Na avaliação de políticos e membros do Judiciário, a ação de Bolsonaro foi para seguidores. Ele quis passar a mensagem de que é ele quem manda, um dia antes de anunciar seu novo nome para diretor-geral da Polícia Federal. No órgão, a expectativa é a de que o escolhido seja Rolando Souza, braço-direito de Alexandre Ramagem, que teve a nomeação suspensa pelo STF.

LEIA TAMBÉM
PT repudia violência contra profissionais da imprensa em ato pró-Bolsonaro

Escritor e compositor Aldir Blanc morre vítima do Coronavírus

Bolsonaro lidera manifestação antidemocrática em Brasília, ignorando perigo de contágio por coronavírus

Eduardo Bolsonaro comete crime de homofobia para defender manifestação antidemocrática do pai

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o Zero Três, abriu fogo contra os LGTBs para justificar a manifestação antidemocrática liderada por seu pai, Jair Bolsonaro, presidente da República.

Bolsonaro pai comandou neste domingo (3), em Brasília, protesto contra o Congresso, STF e a imprensa. Vários repórteres que cobriam o evento sofreram agressões de seus seguidores.

“Protestos democráticos são esses aí das imagens, talkei?”, postou no Twitter Eduardo Bolsonaro, o “Dudu Bananinha“, anexando fotos de performances gays em manifestações LGTBs.

O presidente e seus filhos são recorrentes à temática gay e eles se comportam de maneira homofóbica, o que pode ser configurada em crime. Desde junho de 2019, atos de homofobia e de transfobia são criminalizados no País.

Pelo entendimento do STF, a Lei do Racismo também pode alcançar os integrantes da comunidade LGBT e é compatível com a Constituição Federal.

Gays, lésbicas e afins nada tiveram com os protestos de hoje no DF, mas, mesmo assim, são usados pela família Bolsonaro como bodes expiatórios de suas frustrações sexuais, intelectuais e políticas.