Tosse seca de Bolsonaro preocupa manifestantes em Brasília; assista

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tossiu secamente, várias vezes, neste domingo (19), durante manifestação em Brasília.

O cof cof cof assustou apoiadores do capitão, pois eles temem que Bolsonaro possa ser infectado pelo coronavírus.

Bolsonaro participou hoje, no DF, de protesto pelo AI-5, qual seja, em defesa de um golpe militar. A tese seria fechar o Congresso e Supremo e instalar no Brasil um regime fardado, de exceção, contra as liberdades democráticas.

Bolsonaro participa de manifestação em frente ao Quartel Geral de Brasília
O presidente Bolsonaro está participando de manifestação em Brasília neste domingo (19).

No dia 19 de abril comemora-se o dia do exército brasileiro. A data é marcada pela primeira luta dos povos do Brasil contra a dominação holandesa, em 1648.

Economia

Por isso, a concentração de bolsonaristas foi para a frente do Quartel Geral do Exército.

Bolsonaro subiu na caçamba de uma caminhonete do Exército e falou aos presentes. O discurso de improviso e sem microfone foi curto e ufanista. O presidente começou a tossir algumas vezes, disse algumas frases de efeito, mas não fez nenhum ataque aos adversários políticos. Foi somente uma exaltação ao patriotismo.

LEIA TAMBÉM
Bolsonaristas agridem cidadãos e imprensa em Porto Alegre; assista

Ministério da Saúde soma 2.462 óbitos e 38.654 casos de Coronavírus em 19/04

Mundo entra em pânico com 2,4 milhões de casos de coronavírus

Randolfe Rodrigues quer punição para quem pede intervenção militar
O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) criticou os atos e manifestações contra a democracia que ocorrem em diversas cidades.

Segundo Randonfe, “as pessoas que estão em atos pelo país pedindo intervenção militar, devem ser punidas pela justiça, no rigor da lei! Assim como Bolsonaro, que não preside, está à serviço da divisão do país, do caos e da MORTE!”

“Enquanto enfrentamos a pior crise da nossa geração, com a capacidade do nosso sistema de Saúde comprometida, c/ pessoas morrendo e os casos aumentando, Bolsonaro vai às ruas, além de aglomerar pessoas, atacar as instituições democráticas. É patético!”

Ele se referiu à participação do presidente Bolsonaro na carreata e na manifestação ocorrida em Brasília neste domingo. A mobilização que pede intervenção militar e o fim do isolamento na pandemia virou um comício em frente ao Quartel Geral do Exército.

Bolsonaro falou de improviso incendiando seu apoiadores, incentivando a lutarem “por liberdade”, como se o isolamento social fosse um ato cerceamento de direitos, e não uma medida de saúde pública.

O apelo antidemocrático também atingiu os governadores, o Congresso e o STF, isso porque esse entes tem posicionamento diferentes do presidente. Não há diálogo, só ameaças.

Gilmar Mendes e Barroso, do STF, criticam Bolsonaro por defesa de golpe contra a democracia
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso criticaram a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manifestação deste domingo (19), em Brasília, que pediu um novo “AI-5” e o fechamento do Congresso Nacional e da Suprema Corte.

O ministro Luís Roberto Barroso cobrou reação ao aumento do tom usado pelo próprio presidente Jair e por seus apoiadores contra o Congresso Nacional. “É assustador ver manifestações pela volta do regime militar, após 30 anos de democracia. Defender a Constituição e as instituições democráticas faz parte do meu papel e do meu dever. Pior do que o grito dos maus é o silêncio dos bons”, afirmou Barroso, em suas redes sociais, citando o líder do movimento negro americano Martin Luther King.

“Só pode desejar intervenção militar quem perdeu a fé no futuro e sonha com um passado que nunca houve. Ditaduras vêm com violência contra os adversários, censura e intolerância. Pessoas de bem e que amam o Brasil não desejam isso”, finalizou.

Já o ministro Gilmar Mendes disse que a crise do coronavírus só será superada com responsabilidade politica, união de todos e solidariedade. “Invocar o AI-5 e a volta da Ditadura é rasgar o compromisso com a Constituição e com a ordem democrática”, escreveu no seu perfil das redes sociais.