Ratinho destinou R$ 1 bilhão para preservar empregos. Ora, por que 3,2 mil perderam o emprego no Paraná?

Governador do Paraná, Ratinho Junior; Junior Durski (dono do Madero); e Fabio Aguayo (Abrabar).

Alguém está mentindo para o distinto público. Nem mesmo a guerra contra a pandemia do coronavírus é capaz de conter o impulso pela falsa notícia. Vide o caso das recentes demissões ocorridas no Paraná e no Brasil nesses últimos dias.

Vamos presumir como a verdadeira a notícia da última sexta-feira, dia 27 de março, quando o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), anunciou um conjunto de ações que somam R$ 1 bilhão para estimular a atividade econômica e preservar emprego e renda dos paranaenses.

Ato contínuo, o setor de bares, restaurantes e casas noturnas informou que 3.200 pessoas perderam o emprego nos últimos 15 dias no Paraná, em razão da crise do novo coronavírus.

Ratinho disse que o valor de R$ 1 bilhão está distribuído entre linhas de crédito para o setor produtivo e pequenos empreendedores, dilação de prazos de financiamentos das prefeituras e de impostos para empresas, e contingenciamento de recursos do orçamento.

O presidente da ABRABAR (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Fabio Aguayo, afirmou que as empresas do setor estão entrando em colapso financeiro por causa da crise.

“É uma situação tão delicada que não está existindo solidariedade. Tem pessoas que só querem ganhar. Como é que uma categoria que tá parada metade do mês vai ter dinheiro para pagar aluguel? Nós já estamos no colapso”, relatou o representante dos comerciantes.

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Ratinho Junior jura que seu pacote é de proteção e manutenção dos empregos. “Ele [o pacote] foi construído para atender autônomos, e de micro até as grandes empresas”, ressaltou o governador. “Os tomadores dos créditos terão o compromisso de manter seus trabalhadores”. Só o empresário Junior Durski, do Grupo Madero, demitiu cerca de 600 funcionários esta semana.

Em recente entrevista para o Blog do Esmael, Aguayo previu que 70% das empresas fechadas durante a quarentena não retornarão após a crise da Covid-19 porque irão falir.

O governador ressalta que o Estado está atento aos problemas gerados pela pandemia do novo coronavírus. “O momento é muito duro, as empresas estão sofrendo, os autônomos estão com muitas dificuldades. Por isso formatamos esse grande pacote de investimentos para a classe empresarial, para ajudar todos os setores nesse momento”, acrescentou.

Ora, se há ajuda de Ratinho Junior, do governo Jair Bolsonaro (sem partido), por que raios os empresários [bolsonaristas] estão demitindo e ameaçando fechar empresas?

No próximo domingo, 5 de abril, esses ‘dono do Madero’ e ‘Véio da Havan’ da vida prometem sair às ruas pelo fim do isolamento social. Eles atendem ao chamado de Bolsonaro, que critica o “exagero” das medidas adotadas pelas autoridades sanitárias visando conter a propagação do vírus.

Como dizem por aí, tem azeitona debaixo dessa farofa…