Por enquanto, Mandetta fica no Ministério da Saúde durante o coronavírus

Mandetta fica mais fraco, sob ‘eterno’ aviso prévio, durante luta contra a Covid-19.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu aviso prévio ao ministro da Saúde, Henrique Mandetta, nesta segunda-feira (6) após reunião ministerial no Palácio do Planalto.

Mandetta vai permanecer no cargo durante a crise do coronavírus com a anuência de militares e do Congresso Nacional.

Tirando divergências sobre o método de enfrentamento da Covid-19, quase nada diferencia Bolsonaro, os militares, a mídia e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Em 2016, o médico e então deputado Henrique Mandetta (DEM-MS), hoje ministro, votou contra o SUS na PEC 95, que congelou os recursos da Saúde por 20 anos. Os Bolsonaro idem. Tudo com apoio da velha mídia e seus ‘freelancers’ que torcem pelo “super-herói” anti-coronavírus.

O entrevero entre Bolsonaro e Mandetta é complexa, mas não é de difícil entendimento.

LEIA TAMBÉM
#FicaMandetta tem panelaço nesta noite de segunda-feira

Economia

Panelaços em diversos pontos do país contra a demissão de Mandetta nesta tarde

Mandetta: “Não sei até quando ficarei ministro”

O presidente quer levantar o isolamento social para reativar a economia, segundo ele, que está sendo massacrada pelo fechamento de setores considerados não essenciais à população.

Nas últimas horas, Bolsonaro ganhou a queda de braço e a burguesia paulistana também sustentou o presidente. Afinal de contas, se cair Bolsonaro també cairia o ministro Paulo Guedes e, consequentemente, o sistema financeiro cuja missão é especular inclusive na tragédia da Covid-19.

Mandetta, fica, mas com o ex-ministro Osmar Terra eternamente lhe fungando a nunca. É ele o nome escalado para ocupar a Saúde assim que as condições políticas permitirem.

O desacerto em público entre Bolsonaro e Mandetta serviu para distrair o distinto público, mais uma vez, enquanto o Palácio do Planalto continuou barbarizando na economia, elevando os privilégios dos bancos, preparando novas medidas contra os trabalhadores, enfim.

Mandetta, Bolsonaro, Globo, Folha, Maia, Alcolumbre, et caterva, são todos farinha do mesmo saco.

Os bancos estão lucrando alto com o coronavírus; dinheiro público era para manter empregos
No início da pandemia do coronavírus, o Banco Central (BC) –leia-se ministro Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro– anunciou a injeção de R$ 1,2 trilhão no sistema financeiro. Ou seja, injetou na veia dos banqueiros recursos públicos equivalentes a 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

O dinheiro era para ser drenado na economia durante a luta contra a Covid-19, porém, avalia o governo, esses recursos foram “empoçados no sistema financeiro”. O dinheiro era para manter abertas empresas e garantir empregos.

Traduzindo em bom português: o dinheiro não chegou ao destino, ficou empossado nos bancos que especulam com recurso alheio.

De acordo com especialistas do mercado financeiro, o dinheiro disponibilizado pelo governo “morreu” nos bancos, que preferem investir em títulos públicos.

“Os bancos não querem dar dinheiro novo, nem querem alongar. Querem comprar só títulos públicos”, afirma Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Ele defende uma forma de “punição” do BC aos bancos que não emprestarem e alongarem os prazos.

Na prática, os bancos estão especulando no mercado com dinheiro que não lhe pertence. Os banqueiros estão “assaltando” o erário para especular com títulos públicos.

A falta de liquidez nas empresas, o capital de giro, nesse período de quarentena poderá levá-las à quebradeira. “As empresas não vão pagar, as pessoas não vão pagar e vai ser uma quebradeira geral. Os bancos também vão quebrar na frente”, alerta o ex-diretor do BC.