O estudo foi realizado através da análise dos registros médicos de 368 veteranos americanos contaminados com a doença, tratados na rede de hospitais para ex-combatentes nos Estados Unidos e que morreram ou tiveram alta até 11 de abril.
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A taxa de mortalidade dos que usaram hidroxicloroquina foi de 28%, em comparação com 22% quando a droga foi tomada com o antibiótico azitromicina – combinação favorecida pelo cientista francês Didier Raoult, cujo estudo sobre o assunto em março provocou uma onda de interesse global pela droga. Já a taxa de mortalidade dos que receberam o tratamento padrão foi de 11%.
A hidroxicloroquina, com ou sem azitromicina, era mais provável de ser prescrita para pacientes com doenças mais graves, mas os autores descobriram que o aumento da mortalidade persistiu mesmo depois de feitos ajustes estatísticos nas taxas mais altas de uso.
Outras limitações do estudo, que ainda será submetido à análise de especialistas, incluem o fato de que ele não atribuiu pessoas aleatoriamente a grupos, já que se trata de uma análise feita em retrospecto, o que significa que investigou registros do que já havia acontecido.
Além disso, os resultados são difíceis de generalizar porque a população era altamente específica: a maioria dos pacientes era do sexo masculino, com idade média acima de 65 anos, grupo que é afetado desproporcionalmente por doenças subjacentes, como diabetes e doenças cardíacas.
Apesar das várias limitações do estudo, ele contribui para adicionar mais dúvidas sobre a eficácia do medicamento, que tem entre seus defensores os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro.
As informações são da Deutsche Welle.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.