Escritor chileno Luis Sepúlveda morre em decorrência da covid-19

Militante comunista, Luis Sepúlveda precisou deixar o Chile em 1977, durante a ditadura militar de Augusto Pinochet.
O escritor, roteirista e diretor de cinema chileno Luis Sepúlveda morreu nesta quinta-feira, aos 70 anos, em um hospital na cidade de Oviedo, no norte da Espanha, onde estava internado em estado grave desde 29 de fevereiro, por causa de uma pneumonia associada ao novo coronavírus.

O romancista passou a maior parte dos 48 dias em que esteve hospitalizado ligado a um aparelho de respiração artificial, na unidade de terapia intensiva do Hospital Universitário Central das Astúrias. Nesta região espanhola, ele foi o primeiro diagnosticado com covid-19.

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O estado de saúde do autor apresentou piora nas últimas semanas, e Sepúlveda já não respondia mais aos tratamentos da equipe médica.

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A família do chileno divulgou um comunicado, assinado pela mulher dele, Carmen Yáñez, e pelo filho mais velho do casal, Carlos, agradecendo à equipe médica do hospital pelo “profissionalismo e entrega”, bem como a todos que fizeram demonstrações de carinho nos últimos dias.

O chileno ficou conhecido internacionalmente em 1988, com a publicação de O velho que lia romances de amor, com o qual recebeu diversos prêmios internacionais e tornou-se autor de referência em universidades de língua espanhola. A obra foi traduzida para 20 idiomas.

Militante comunista, o escritor precisou deixar o Chile em 1977, durante a ditadura militar comandada por Augusto Pinochet, em que foi condenado a 28 anos de prisão, em pena trocada por oito anos de exílio. Ele passou por vários países, e desde 1997 vivia na cidade espanhola de Gijón, onde foi o idealizador e diretor do Salão do Livro Iberoamericano.

As informações são da Deutsche Welle.