José Luiz Datena escracha o ex-ministro Sérgio Moro ao vivo na televisão; assista

O apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, usou o programa deste sábado (25) para escrachar ao vivo o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, que deixou ontem (24) o governo do presidente Jair Bolsonaro.

Datena criticou o fato de o ex-ministro vazar conversas privadas da afilhada dele, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), para o Jornal Nacional, da Globo.

“Pra ele não vale [a Vaza Jato], mas para os outros vale?”, perguntou o apresentador do programa Brasil Urgente, referindo-se às mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil acerca da relação promíscua do ex-juiz da Lava Jato com procuradores do MPF.

“Eu fiquei assustado com o Moro. Eu até estava pensando em votar nele. Agora estou com os dois pés atrás”, disse Datena.

Datena ainda cobrou o ex-ministro sobre possíveis “provas” que ele teria. “Gravar sem autorização da justiça é crime”, advertiu.

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Requião pede investigação de ‘pixuleco’ exigido por Moro

O ex-senador Roberto Requião (MDB-PR), presidente da Frente Ampla pela Soberania, pelo Twitter, pediu neste sábado (25) que as autoridades judiciárias investiguem o ‘pixuleco’ que o ex-ministro Sérgio Moro exigiu para entrar no governo Jair Bolsonaro (sem partido).

“Moro não pediu demissão, foi banido, escorraçado, defenestrado do governo”, afirmou o emedebista. “Resta saber como recebe a grana, o estipêndio, o seguro de cargo, o pixuleco que exigiu ao entrar”, exigiu Requião.

Em sua coletiva à imprensa, na manhã de ontem (24), o ainda ministro da Justiça confessou ao Brasil:

“Tem uma única condição que eu coloquei – não ia revelar mas agora acho que não faz mais sentido manter segredo. Isso pode ser confirmado tanto pelo presidente como pelo general Heleno. Eu disse que, como estava abandonando 22 dois anos da magistratura – contribui 22 anos para a Previdência e perdia, saindo da magistratura, essa Previdência -, pedi, já que nós íamos ser firmes contra a criminalidade, especialmente a criminalidade organizada, que é muito poderosa, pedi que se algo me acontecesse, que minha família não ficasse desamparada, sem uma pensão. Foi a única condição que eu coloquei para assumir essa posição específica no MJ.”

“Fui deputado estadual pelo Paraná, prefeito de Curitiba, três vezes governador do estado e duas vezes senador. Hoje conto com uma aposentadoria pelo INSS de R$2.700 ao mês. Bom mesmo, depois de todo esse trabalho, seria uma aposentadoria igual a que Bolsonaro e Heleno garantiram a Moro”, afirmou.

O ex-senador analisou que as provas de Moro são suficientes para desencadear o impeachment de Bolsonaro e, em efeito bumerangue, de colocar o ex-juiz da Lava Jato na cadeia.

Moro acusou o presidente Bolsonaro de interferir nas investigações da Polícia Federal e de tentar influenciar em inquéritos no STF com o intuito de blindar seus filhos e interesses particulares, alheios aos interesses da República. Em resposta, Bolsonaro denunciou seu ex-ministro da Justiça de chantageá-lo por uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

“Quem participa do governo Bolsonaro não se diferencia dele em nada, quer seja militar, quer seja civil. Moro é Bolsonaro, e Bolsonaro é Moro. É triste, mas é assim”, observou Requião.

“Sérgio moro aprendeu que não vale a pena apoiar o fascismo. Isso só é interessante quando se é o fascista-mor, se não, rua”, interpretou o presidente da Frente Ampla.

Para Requião, Bolsonaro e Moro é cara de um e focinho do outro: ‘assim como Moro interferia na Polícia Federal, evitando a soltura de Lula, o mesmo iria fazer Bolsonaro [interferir nas investigações na PF e no STF]’.

“Moro durante este ano e meio foi parceiro inarredável de Bolsonaro e de todos absurdos cometidos pelo desgoverno”, disse Requião. “Não passou de tutor dos filhos malucos e mandalete do chefe”, completou.