Alexandre de Moraes virou ministro do STF pela amizade com Temer, ataca presidente Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) abriu fogo na manhã desta quinta (30) contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmando que ele só foi para a corte máxima devido à amizade que tem com o ex-presidente Michel Temer (MDB).

Moraes barrou monocraticamente a nomeação do diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, alegando que o delegado é amigo da família Bolsonaro.

Na decisão liminar do STF, Moraes sustentou que a relação entre os dois [Bolsonaro e Ramagem] é um dos argumentos no veto à nomeação, pois, segundo entendimento parcial, estaria em desacordo com o princípio da impessoalidade, fundamental ao serviço público.

Ramagem foi chefe de segurança pessoal de Bolsonaro na campanha de 2018, depois de o então candidato sofrer o atentado a facada em Juiz de Fora (MG).

“Conheci ele um dia depois do segundo turno [da eleição em 2018] porque a PF resolveu trocar alguns de seus delegados, achava que eu, como presidente eleito, deveria ter um cuidado mais especial do que vinha tendo”, disse o presidente.

“Como é que o senhor Alexandre de Moraes foi para o Supremo? Amizade com o senhor Michel Temer. Ou não foi?”, contra-atacou Bolsonaro, na manhã de hoje, pouco antes de viajar a Porto Alegre, onde cumprirá agenda oficial. Para o presidente, a amizade entre os agentes pública “não justifica a questão da impessoalidade”.

Economia

Bolsonaro reafirmou que AGU [Advocacia-Geral da União] vai recorrer. Espero que [a decisão final] seja tão rápida quanto a liminar. No mínimo, espero do senhor Alexandre de Moraes rapidez para a gente tomar providências.”

Alexandre de Moraes foi filiado ao PSDB, secretário de Estado da Segurança Pública de São Paulo, no governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

Devido à amizade com o então presidente Michel Temer (MDB) virou ministro da Justiça e, logo depois, ficou com a vaga no STF que era de Teori Zavascki, morto num acidente aéreo em janeiro de 2017.

Os tucanos paulistas estão empenhados em derrubar Jair Bolsonaro e colocar em seu lugar o governador João Doria (PSDB), que vestiu o figurino de “oposição” ao governo federal durante a pandemia de coronavírus.

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Paulo Guedes quer repassar mais R$ 2 trilhões aos bancos, enquanto o povo se humilha para receber R$ 600

O ministro Paulo Guedes, da Economia, não está entendendo os sinais vindo do Líbano, no Oriente Médio, e propõe repassar mais de R$ 2 trilhões em ativos imobiliários e participação em estatais para bancos e especuladores do mercado financeiro.

“O Brasil tem ativos imobiliários que chegam a mais de R$ 1 trilhão de valor. Se acelerarmos a venda de imóveis, podemos reduzir bastante a dívida pública”, disse Guedes durante uma live nesta quarta-feira (29). Ele também lembrou que a União tem ainda entre R$ 900 bilhões e R$ 1 trilhão em participações de estatais, cujos ativos poderiam ser usados para o pagamento de juros e amortizações da dívida interna (que ninguém sabe muito sobre ela).

Os leitores do Blog do Esmael já souberam antes que, em março, no início da pandemia do coronavírus, o governo federal destinou a injeção de R$ 1,2 trilhão no sistema financeiro. Ou seja, injetou na veia dos banqueiros recursos públicos equivalentes a 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

O dinheiro era para ser drenado na economia durante a luta contra a Covid-19, porém, avalia o governo, esses recursos foram “empoçados no sistema financeiro”. O dinheiro era para manter abertas empresas e garantir empregos.

Traduzindo em bom português: o dinheiro não chegou ao destino, ficou empossado nos bancos que especulam com recurso alheio.

De acordo com especialistas do mercado financeiro, o dinheiro disponibilizado pelo governo “morreu” nos bancos, que preferem investir em títulos públicos.

Esclarecido isso, hoje Paulo Guedes voltou a defender mais de R$ 1 trilhão de dinheiro público para os bancos. Enquanto isso, nas filas da Caixa, milhões de brasileiros se humilham para tentar receber seiscentos reais a título de ajuda emergencial.

Guedes defendeu na live que a União venda de imóveis em lotes com remição de foro para atuais ocupantes desses bens, por meio de autorização da MP 915.

O texto que tramita nesta na Câmara dos Deputados possibilita o uso de um novo modelo de negócios dentro do governo, que permite à administração alavancar as operações de vendas de forma descentralizada, podendo contar com serviços de comunidades como cartórios, avaliadores, investidores, financiadores e corretores de imóveis. Outro aspecto inovador trazido pela MP é a possibilidade de que os cidadãos que vivem nas comunidades apontem os imóveis da União desocupados, inclusive manifestando interesse de compra.

Assista ao vídeo de Paulo Guedes: