Madero foi citado em escândalo da ‘Carne Fraca’, mas PF não viu motivos para investigar sócio de Huck

Em abril de 2017, os deputados Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS) convocaram uma coletiva de imprensa para denunciar o suposto conluio existente entre a força-tarefa Lava Jato e Grupo Madeiro, de Curitiba.

Na época, o Grupo Madero apareceu na planilha de investigação pelo pagamento de propina a fiscais do Ministério da Agricultura. No entanto, própria PF veio a público dizer que a empresa de Junior Durski e seu sócio Luciano Huck era “vítima” do esquema.

O interessante nesse enredo é que o restaurante do Grupo Madero, na capital paranaense, foi palco de confraternização de atores, diretores e produtores do filme Lava Jato (Polícia Federal: A Lei É para Todos).

O longa-metragem enaltecia o então juiz Sérgio Moro, criminalizava o PT e o ex-presidente Lula, que estava era pré-candidato à Presidência e estava há um ano de ser preso.

Boa parte dessa história foi descoberta pelo repórter Marcelo Auler, uma espécie de pedra no sapato de procuradores da força-tarefa e do juiz da Lava Jato, bem antes das mensagens do Telegram divulgadas pela série “Vaza Jato” do site The Intercept Brasil.

A lembrança de que o Madero fora citado no escândalo da Carne Fraca veio à tona porque a hamburgueria da qual Huck é sócio de Durski, ao lado do Coco Bambu e Giraffas, financiam o bolsonarismo e o fascismo no Brasil.

Economia

Durski publicou um vídeo esta semana anunciando sua presença nos protestos de 15 de março contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

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Sobre a Operação Carne Fraca

Operação Carne Fraca foi uma operação deflagrada pela Polícia Federal do Brasil, e teve início no dia 17 de março de 2017.

Na época, a PF investigou as maiores empresas do ramo — JBS, dona das marcas Seara, Swift, Friboi Vigor, e a BRF, dona da Sadia e Perdigão —, que foram acusadas de adulterar a carne que vendiam nos mercados interno e externo.

O escândalo da carne adulterada no Brasil envolve mais de trinta empresas alimentícias do país, acusadas de comercializar carne estragada, mudar a data de vencimento, maquiar o aspecto e usar produtos químicos para buscar revenda de carne estragada, além de apontar agentes do governo acusados de liberar estas carnes.

Gravações da PF registraram a interferência do então Ministro da Justiça do governo Michel Temer, Osmar Serraglio, cobrando de um dos chefes do esquema e principal alvo da investigação Daniel Gonçalves Filho, sobre a fiscalização em um dos frigoríficos envolvidos.

Assista ao polêmico vídeo Junior Durski:

Veja a coletiva dos deputados Pimenta e Damous, sobre o Grupo Madeiro e a PF, em 5 de abril de 2017: