Candidata da direita à prefeitura de Paris ultrapassa socialista Hidalgo nas pesquisas

Rachida Dati, candidata do partido Os Republicanos à prefeitura de Paris.
Rachida Dati, candidata do partido de direita Os Republicanos à prefeitura de Paris, ultrapassou nas pesquisas de intenção de voto, pela primeira vez, a prefeita Anne Hidalgo, que tenta se reeleger. Na semana passada, a socialista concedeu o título de Cidadão Honorário de Paris ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro turno das eleições será realizado no domingo (15).

Segundo uma pesquisa BVA para a rádio francesa Europe 1, a conservadora Dati tem 25% das intenções de voto no primeiro turno, contra 24% para Hidalgo, prefeita de Paris desde 2014 que tenta se reeleger. O levantamento foi realizado do 2 ao 6 de março e divulgado nesta quarta-feira (11).

LEIA TAMBÉM:
STF identifica empresários bolsonaristas que financiam ataques nas redes sociais

#AnulaTSE: Internautas pedem anulação da eleição de 2018 após Bolsonaro dizer que houve fraude

Secretaria de Comunicação de Bolsonaro convoca atos de 15 de março

Essa é a primeira vez que uma pesquisa mostra uma vantagem de Dati sobre Hidalgo. Na terça-feira (10), uma sondagem do instituto Ipsos mostrava a prefeita socialista com 26% das intenções de voto e a conservadora com 23%.

Economia

Hidalgo, tão amada quanto detestada em Paris
Hidalgo é adorada por uma parte da população e detestada por outra devido ao fechamento da circulação a veículos nos arredores do Rio Sena, com o objetivo de diminuir a quantidade de carros e a poluição em Paris. Entre suas propostas, está a criação de mais espaços verdes, o banimento de veículos a gasolina até 2030 e atingir 25% de alojamentos sociais para as classes desfavorecidas.

No dia 28 de fevereiro, ela concedeu o título de Cidadão Honorário de Paris ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em uma cerimônia na prefeitura da capital francesa. A socialista foi alvo de críticas por parte de políticos franceses por também ter convidado o líder petista, a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro da Educação Fernando Haddad para um comício de campanha.

De acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 58% dos entrevistados acreditam que a administração de Hidalgo é “insatisfatória”, contra 40% que se dizem “satisfeitos” e 10% “muito satisfeitos”. O mesmo estudo aponta que as prioridades dos eleitores é a limpeza, a segurança e os transportes públicos de Paris.

Dati: personalidade polêmica
Ex-ministra da Justiça durante o governo de Nicolas Sarkozy, Rachida Dati é atualmente prefeita do 7° distrito de Paris, área nobre onde está localizada a Torre Eiffel. Advogada de formação e filha de um pai marroquino e uma mãe argelina, ela é conhecida por sua agressividade.

Personalidade polêmica, a candidata é alvo de uma investigação do Ministério Público por “abusos de bens sociais” e “corrupção” por prestações de conselho junto a uma filial da Renault-Nissa, o que ela nega. Ao contrário dos outros candidatos – que cancelaram seus comícios nesta semana pela proibição do governo de eventos que reúnam mais de mil pessoas para conter a propagação coronavírus – Dati realizou um evento de campanha na última segunda-feira (9). O ex-presidente Nicolas Sarkozy participou do comício.

Candidata de Macron em terceiro lugar
Em terceiro lugar, com 19% das intenções de voto, chega a candidata do partido governista A República em Marcha, a ex-ministra Agnès Buzyn. Em meados de fevereiro, ela teve de abandonar às pressas a pasta da Saúde para assumir a candidatura à prefeitura de Paris no lugar de Benjamin Griveaux, que abandonou a corrida após um escândalo sexual.

O ecologista David Belliard aparece em quarto lugar, com 12%, seguido do candidato independente Cédric Villani (7%), que deixou o partido República em Marcha para concorrer à prefeitura. Por último, empatados, estão Daniella Simonet (4%), do partido da esquerda radical França Insubmissa e Serge Federbusch, da legenda da extrema direita Frente Nacional.

Prestes a passar para a fase 3 de combate à epidemia do coronavírus, a França vai ter que adaptar os locais para o voto para as eleições em todo o país. Entre 54% e 57% dos eleitores pretender ir às urnas, já que o voto não é obrigatório no país. As autoridades fazem um apelo para que os franceses lavem as mãos e levem suas próprias canetas para assinar o livro de presença após o voto.

Por RFI