Bolsonaro reconhece que Guedes é caso de calamidade pública

Paulo Guedes pode ainda levar Bolsonaro para a cadeia por causa de trambiques no governo.
Demorou, mas caiu a ficha. O presidente Jair Bolsonaro, enfim, reconheceu que o ministro da Economia, Paulo Guedes, é caso de calamidade pública.

O capitão precisou de um ano e três meses para descobrir que o “Posto Ipiranga” não tem nem gasolina e, por isso, não tem condições de conduzi-lo até o final do mandato. Pior: que Guedes pode interromper seu governo por um impeachment.

Bolsonaro, ajoelhado no milho, pedirá ao Congresso Nacional o reconhecimento do estado de calamidade pública para ampliar os gastos com o objetivo de enfrentar a pandemia do novo coronavírus.

O presidente justifica que a medida garantirá recursos para a “proteção da saúde e empregos dos brasileiros” diante da perspectiva de queda de arrecadação. Se aprovada, a medida terá efeito até 31 de dezembro de 2020. 

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A proposta de Bolsonaro consiste no fechamento das contas com déficit de até R$ 200 bilhões, qual seja, terá à disposição mais de R$ 80 bilhões acima dos R$ 124 bilhões para dar conta da necessidade de ampliação de gastos para enfrentar a crise. 

Guedes quer “dar” com uma mão R$ 80 bilhões para “estimular” a economia, mas com a outra mão ele quer tirar R$ 600 bilhões dos brasileiros por meio de criminosas privatizações (venda de ativos) e a reforma administrativa (desmontando o serviço público essencial). É nisso que consiste o Plano Guedes.

Talvez esses recursos sejam tímidos demais para enfrentar a crise do coronavírus com sua faceta econômica e, provavelmente, esse pacote não faça cócegas diante da quebradeira que Paulo Guedes promoveu na economia do País.

Paulo Guedes é caso de calamidade pública, reconhece Bolsonaro. Mas falta coragem e pulso ao presidente da República para demiti-lo porque ele, Bolsonaro, já não governa mais. Quem dá as cartas no governo é o triunvirato –Maia, Alcolumbre e Toffoli– com a retaguarda da velha mídia (fundos de investimentos).