Seria mais eficaz do ponto do interesse público a estatização das aéreas, a exemplo do que fizeram os Estados Unidos com a GM durante a crise de 2008. A montadora de automóveis, símbolo do boom econômico americano, só voltou às mãos privadas depois de sanada.
As companhias aéreas cartelizaram o serviço e impuseram seus preços aos consumidores nos últimos anos com a criminosa anuência do governo federal, que afrouxou as regras de regulação. As passagens ficaram proibitivas e elitizaram novamente, retornando ao período pré-PT.
Bolsonaro pode editar uma medida provisória esta semana permitindo, emergencialmente, entre outros itens, que as empresas posterguem o pagamento de tributos federais como PIS e Cofins durante os próximos três ou quatro meses.
No caso das administradoras de aeroportos, elas poderão também adiar o pagamento da outorga mensal pela concessão do serviço. O Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão também lançar linhas de créditos para capital de giro do setor aéreo.
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Mesmo sob o coronavírus, a Folha não solta a mão de Guedes e Bolsonaro
O incompetente ministro da Economia, Paulo Guedes, sabe que terá de encontrar recursos para socorrer as aéreas e outros setores que colapsaram mais pela crise da economia do que com o coronavírus. Ele apresenta como solução a privatização da Eletrobras, reforma administrativa e, como isca, um plano de socorro a estados e municípios.
Sem entrar no mérito das “reformas” de Guedes e da velha mídia (sim, os jornalões têm interesses direitos e indiretos na rentabilidade dos fundos de investimentos), não tempo hábil para votar tais picaretagens no Congresso Nacional.
O governo brasileiro não fez nenhuma ação que poderia proteger a economia nacional, estimulando o consumo e o emprego interno, por exemplo.
Uma das saídas emergenciais, que poderia ser adotada em qualquer país do mundo, seria a decretação da moratória da dívida interna. O governo deixaria de constituir o superávit primário (reserva em dinheiro para pagar o juro da dívida interna) com o objetivo de socorrer as pessoas contaminadas pelo coronavírus e estimular fortemente o consumo, o emprego e a contenção da inflação.
O remédio que propõe os barões da mídia, Bolsonaro e Guedes só aprofundarão a crise econômica à medida que só resolve, aparentemente, a dificuldade dos fundos de investimentos, qual seja, os especuladores que nada produzem e que vivem como parasitas no suor alheio.
É por isso que a velha mídia não solta a mão de Guedes e Bolsonaro, apesar deste humilhar os jornalões. Portanto, os barões da mídia não têm vergonha porque eles só têm interesses financeiros.