Sob Bolsonaro, Brasil fica sem mercados externo e interno

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), já deu mostras suficientes que adota o velho mantra invertido do Palhaço Tiririca: ‘Pior que tá, pode ficar’.

O Banco Central (BC) informou esta semana que as exportações despencaram e o Brasil fechou o mês de janeiro de 2020 com déficit de US$ 11,9 bi nas contas externas. Foi o pior resultado já registrado no mesmo período do ano passado, quando rombo foi de US$ 9 bi.

Em tese, o dólar alto teria de beneficiar as exportações brasileiras porque os produtos locais ficariam mais baratos para os importadores. Eis o motivo que o ministro Paulo Guedes vinha apostando na subida da moeda americana, porém, segundo o BC, o “Posto Ipiranga” falhou na jogada.

Além de o mercado externo não corresponder com os anseios do governo, internamente, Bolsonaro e Guedes destruíram o poder de compra dos trabalhadores desempregando-os ou informalizando-os. Ou os brasileiros se ‘uberizaram’ e ganharam o título de “empreendedores” ou tiveram a mão de obra ‘precarizada’ e, por isso, passaram a ganhar muito menos do que antes da reforma trabalhista.

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Uma das primeiras alegações do governo para justificar o apagão na economia, já antecipada aqui, seria culpar o coronavírus na China, no entanto, trata-se de uma quebradeira anunciada devido à natureza não sustentável e dependente do modelo macroeconômico adotado.

Em outras palavras, Bolsonaro, que diz não entender nada de economia, foi um asno seguir cegamente seu ministro Paulo Guedes.

Sentindo-se traído pelo seu “Posto Ipiranga”, Bolsonaro agora pressiona por resultados e Guedes pode espanar porque não tem como resolver a desgraça na economia no âmbito do neoliberalismo.

O quadro atual é de recessão, falta de confiança, que pode significar mais desemprego após o Carnaval.

Em tempo: o Brasil é um dos únicos países do mundo a dar abrigo ao projeto neoliberal, que já foi enxovalhado da Argentina, do Chile, do Equador e aumenta a resistência na Colômbia.