Wagner Moura: ‘Ancine está destruída’ pelo governo Bolsonaro


O diretor e ator Wagner Moura anunciou durante o “African Diaspora International Film Festival”, no último sábado (7), em Nova York, minutos antes da exibição de “Marighella”, que o filme sofre um processo de censura no Brasil.

A cinebiografia do guerrilheiro comunista Carlos Marighella enfrenta entraves burocráticos para dissimular a censura da Agência Nacional do Cinema (Ancine), o que impede o lançamento do filme no Brasil.

Inspirado no livro escrito pelo jornalista Mário Magalhães, “Marighella, o Guerrilheiro que Incendiou o Mundo”, a história acompanha os últimos cinco anos de vida do ex-deputado no Partido Comunista Brasileiro (PCB) e líder da Aliança Nacional Libertadora (ALN) – do golpe militar, em 1964, até o seu assassinato, em 1969.

Durante a apresentação do filme na Universidade de Columbia, Wagner Moura denunciou a situação da cultura no governo Bolsonaro: “Eu não gosto de falar do ‘Marighella’ como um caso isolado: todo o universo da cultura, no Brasil, está basicamente destruído. A Ancine está destruída. Acabada. Game over. E esse é o jeito que eles fazem hoje: a censura não é como a da ditadura militar, que dizia isso é proibido”, declarou.

LEIA TAMBÉM:

Ancine censura cartazes de filmes e faz ‘filtro’ de notícias no site

Economia

Sem censura: Justiça manda Ancine retomar edital de TV com temas LGBTs

Conselho de Ética da Câmara analisa processo contra deputado que destruiu placa sobre genocídio negro

O diretor acrescentou também que “hoje eles infiltram pessoas nessas agências, e elas tornam tudo impossível de acontecer. Foi isso que fizeram com ‘Marighella’. Eles acharam uma forma de tornar o lançamento impossível do ponto de vista burocrático. Mas nós iremos achar um jeito”.

*Com informações da Folha de São Paulo