A Polícia Civil do Rio investiga o envolvimento de um grupo integralista, de extrema-direita, que atacou a sede do “Porta dos Fundos”, na madrugada do último sábado. A principal pista é um vídeo que circulou nas redes sociais.
No vídeo, integrantes do grupo que se autodenominam “Comando Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira” aparecem mascarados e leem um manifesto enquanto imagens do ataque com coquetéis molotov sã exibidos.
Agentes da 10ª DP (Botafogo), que investigam o caso, também vão buscar outras imagens na região. Ao todo, há seis câmeras que apontam para a entrada do prédio. Ainda esta semana, testemunhas do ataque serão ouvidas, como o segurança do prédio que conseguiu apagar o fogo. Na madrugada em que aconteceu o crime, o local estava movimentado: havia uma comemoração de fim de ano de garçons e funcionários dos restaurantes da região num bar ao lado da produtora, que aconteceu até às 3h.
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Nesta quarta-feira (25), Fabio Porchat afirmou em entrevista ao jornal Extra que o atentado teve motivação homofóbica. Para ele, “a homofobia é nítida”, uma vez que o ataque ocorreu após o Porta dos Fundos retratar Jesus Cristo como gay no “Especial de Natal Porta dos Fundos: A primeira tentação de cristo”, no ar na Netflix desde 3 de dezembro. Porchat comentou, em sua conta no Twitter, que o episódio não vai intimidá-lo. “Não vão nos calar. Nunca! É preciso estar atento e forte”.
De acordo com a assessoria de imprensa do Porta dos Fundos, dois coquetéis-molotov foram lançados contra a fachada do imóvel. O ataque aconteceu às 4 horas da manhã e o caso foi registrado como crime de explosão na 10ª DP (Botafogo).
*Do Extra Rio
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.