O ministro da Justiça, Sérgio Moro, poderá ter a bola murchada nos próximos dias pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo o jornal Globo, o presidente estuda recriar Ministério da Segurança Pública, dividindo ‘superpoderes’ de Moro. Ou melhor: tirando força do ex-juiz da Lava Jato.
O novo Ministério da Segurança Pública –a ser recriado– seria ocupado pelo ex-deputado Alberto Fraga (DEM), da bancada da bala, que perdeu a eleição para o governo do Distrito Federal em 2018.
Porém, o que parece ser um esvaziamento, pode se transformar num importante ativo político para o projeto presidencial de Sérgio Moro: desvencilhar-se da associação de sua imagem com a milícia predominante no governo de Bolsonaro.
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Note o caríssimo leitor, no início do governo, Moro não queria “cuidar de índio” no Ministério da Justiça, mas o Congresso Nacional manteve a atribuição na pasta.
É possível que Moro, de olho no Palácio do Planalto, vê nesse movimento do chefe uma oportunidade para apunhalá-lo em 2022. Cuidar de presídio, um saco sem fundo dentro da perspectiva punitivista, o deixa vulnerável para as constantes matanças nas rebeliões de encarcerados.
A pergunta é: até quanto Bolsonaro diminuiria os ‘superpoderes’ de Sérgio Moro? Não estaria fazendo justamente o contrário, fortalecendo-o, retirando os problemas que o ministro da Justiça não teve competência para resolver?
Bolsonaro já teria jogado a toalha e delegado a missão para representar a direita em 2022 a Moro, seu “advogado” de família?
A conferir.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.