México: Oposição acusa Obrador de conceder asilo para um ‘Trótski boliviano’


A oposição de direita e setores da imprensa mexicana estão acusando o presidente Lopez Obrador de conceder asilo para um perseguido político que pode atrair problemas para o país. Segundo os oposicionistas, a decisão pode gerar tensões com o governo dos Estados Unidos, que apoiou o golpe de estado contra o ex-presidente da Bolívia Evo Morales.

A oposição compara a decisão de Obrador com a do presidente Lázaro Cárdenas, em 1936, que concedeu asilo ao revolucionário bolchevique e ex-ministro da Guerra da então União Soviética, Leon Trótski.

A direita mexicana questiona o asilo político concedido ao ex-presidente boliviano e relembra a situação criada com o exílio de Leon Trotsky no país. No Senado e nas redes sociais, a oposição direitista promove uma campanha contra o asilo ao ex-presidente da Bolívia Evo Morales.

Trótski foi removido de seu posto de Comissário de Guerra do governo soviético e deportado para Alma-Ata em 1928, um remoto lugar na Ásia Central soviética. Ali viveu um exílio interno durante 12 meses antes de ser banido definitivamente da União Soviética por Josef Stálin.

Após uma brutal perseguição política do governo soviético foi recebido pelo governo da Turquia e passou temporadas na França e Noruega sob forte vigilância policial e cercado de hostilidades por agentes soviéticos. Até que em 1936 recebeu asilo no México.

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Trótski foi assassinado em sua casa no subúrbio de Coyoacán, na Cidade do México, em 21 de agosto de 1940 por um agente espanhol da NKVD, a polícia política soviética.

O governo do México garantiu proteger a integridade física e a vida de Evo Morales no país.