Lamento que Eduardo Bolsonaro sugira violar a Constituição, diz Sarney

Primeiro presidente civil pós ditadura militar (1964-1985), José Sarney (MDB) lamentou que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), tenha sugerido violar a Constituição ao defender “um novo AI-5” no Brasil.

“Lamento que um parlamentar, que começa seu mandato jurando a Constituição, sugira, em algum momento, tentar violá-la”, afirmou ex-presidente por meio de nota enviada ao jornalista Matheus Leitão, do G1.

“Fui o Relator no Congresso Nacional da Emenda Constitucional que extinguiu o AI-5, enviada pelo Presidente Geisel. Presidi a Transição Democrática, que convocou a Constituinte e fez a Constituição de 1988. Sua primeira cláusula pétrea é o regime democrático”, lembrou Sarney.

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“Sei que expresso o sentimento do povo brasileiro, inclusive das nossas Forças Armadas, que asseguraram a Transição Democrática, que sempre proclamei que seria feita com elas, e não contra elas”, disse.

Sarney defendeu também na nota a união do país “em qualquer desestabilização das instituições”.

Em entrevista à jornalista Leda Nagle publicada nesta quinta-feira (31), Eduardo Bolsonaro afirmou que se a esquerda “radicalizar” na oposição ao governo, uma resposta pode ser dada “via um novo AI-5”.