Congresso do PT vai consagrar guinada à esquerda na legenda


O 7º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), que teve início nesta sexta-feira em São Paulo, vai acentuar o giro à esquerda iniciado nos sexto congresso do partido em 2017. Todas as correntes internas, incluindo a corrente majoritária Construíndo um Novo Brasil (CNB), avançaram no tom do discurso mais à esquerda, após a liberdade provisória do ex-presidente Lula.

Segundo a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, o partido quer assumir a liderança da oposição à agenda neoliberal de Jair Bolsonaro e instigar o povo voltar às ruas. A intenção da legenda é realizar manifestações pacíficas e democráticas para que as pessoas deixem claro que não estão satisfeitas, a exemplo dos protestos que ocorrem no Chile e na Colômbia.

A líder petista denuncia que o governo Bolsonaro “só terá exito pleno na agenda neoliberal com muita repressão ao povo, com autoritarismo, por isso tentou reinstalar o AI-5 por meio do filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro”, enfatiza.

Para Markus Sokol, da executiva nacional do PT e integrante do Diálogo e Ação Petista (DAP), o cenário na América Latina reflete a crise mundial do capitalismo e das burguesias nacionais na gerência do neoliberalismo. “Na América Latina, dada a natureza da crise mundial, a ofensiva dos EUA e a ausência de margem para a ‘conciliação’, a história de há 20 anos não vai se repetir. O PT deve refletir, aprender com suas próprias experiências no governo, erros e acertos, e se preparar para o enfrentamento dessa nova situação”, apontou.

Por sua vez, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), uma das lideranças da Resistência Socialista, defende uma aposta na mobilização popular como via para impedir “a destruição do país, a entrega da Base de Alcântara, do Pré-sal, das estatais e a tentativa de instalação do estado policial”.

O congresso deve confirmar a recondução de Gleisi Hoffmann à presidência do partido.

Economia

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Nos bastidores do encontro, uma comissão trabalha para elaborar um documento que contemple todas as visões internas do partido e estabeleça os eixos táticos para a ação do PT no próximo período, incluindo as eleições municipais de 2020, com prioridade no lançamento de candidaturas próprias nas capitais e grandes cidades de regiões metropolitanas.