Chile: Nova jornada de protestos e oposição quer convocação de Constituinte


Nova jornada de protestos aconteceram nesta sexta-feira (1) em todo país. Em Santigo, mais de 200 mil pessoas ocuparam a Plaza Itália, palco das multitudinárias manifestações populares na capital chilena, desde o início da rebelião popular, dia 18 de outubro.

O país vive um clima de convulsão social por conta da brutal aplicação do modelo econômico neoliberal, iniciado pela ditadura de Pinochet, com a privatização completa dos serviços públicos e o arrocho nos salários e pensões dos trabalhadores.

Oposição e governo iniciaram um processo de discussão sobre uma saída para a crise política. Nesta sexta, a equipe governamental, encabeçada pelos recém-empossados ministros do Interior, Gonzalo Blumel, e da Fazenda, Ignacio Briones, recebeu líderes de vários partidos de oposição no Palácio de La Moneda para debater medidas para superação da crise.

No entanto, a reunião não avançou nada em temas estruturais, principalmente na exigência popular da convocação de uma assembleia constituinte.

O presidente do Senado, Jaime Quintana, do Partido pela Democracia (PPD), perguntado sobre o que é que deveria superar a nova Constituição, afirmou: “Um modelo econômico em que a propriedade está em um altar acima do direito à vida. Os direitos das pessoas se subordinam aos do capital, sem a possibilidade de serem socorridas em temas tão sensíveis como a educação e a saúde. Está garantido o negócio, não o bem social”.

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“O predomínio desta Constituição é o do mercado. Já ninguém copia o modelo chileno que supostamente nos fazia únicos no mundo: um princípio de Estado subsidiário, marginal”, acrescenta Quintana.

O líder do Partido Radical, Carlos Maldonado, concordou com esses argumentos e disse que a administração de Piñera “tem que ser capaz de dizer que entendeu que o Chile quer uma nova Constituição, um processo constituinte que nos acolha a todos”.

Enquanto isso, as ruas continuam demandando a renúncia de Piñera e a convocação de uma nova Constituinte, a atual é herdada da ditadura de Pinochet.

*Com informações de Agências