Prisão de Lula é mais visitada que Palácio de Bolsonaro, diz Celso Amorim

O tema Lula Livre dominou a maioria dos debates no 13º Congresso Nacional da CUT (Concut), que está sendo realizado até a próxima quinta-feira (10), na Praia Grande, no litoral sul de São Paulo. Todos os convidados brasileiros e estrangeiros do Congresso defendem que Lula foi alijado da disputa presidencial e é um preso político, que cumpre uma pena injusta na Sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde o dia 7 de abril do ano passado.

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Um dos convidados do Concut que defendeu a liberdade de Lula para o restabelecimento da democracia no Brasil foi o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Segundo ele, a prisão de Lula não se tratou apenas de retirar uma pessoa da concorrência de disputa presidencial, mas sim da prisão do líder mais amado e querido do país.

“Eu costumo dizer que o Brasil, provavelmente, é o único país do mundo que uma prisão, numa província, com perdão a Curitiba, é mais visitada do que o palácio da Presidência”, alfineta Amorim, numa referência ao número de líderes políticos e religiosos que já visitaram Lula na prisão em comparação aos que se reúnem com o atual ocupante do Palácio da Alvorada, em Brasília, Jair Bolsonaro (PSL).

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Para Amorim, a resposta a este “fenômeno” é simples. Na prisão, em Curitiba, se encontra um líder da classe trabalhadora que se tornou um líder de todos os brasileiros.

“Lula é o nosso Nelson Mandela [ex-presidente da África do Sul, preso por 27 anos por defender o fim do aparthaid no seu país]. A segregação racial na África só terminou com Mandela livre e só teremos um país livre e democrático com Lula Livre”, acredita.

Segundo o ex-chanceler, Lula se orgulha do povo brasileiro. E é a energia do povo que mantém o ânimo e espírito de Lula em alta.

“O espírito de Lula está livre. Quem está preso é Sérgio Moro [ministro da Justiça], que mais é um escravo dos que pensam pela cartilha neoliberal do mercado financeiro e da TV Globo”, afirmou.

“Mas, nós precisamos de Lula livre para nos libertamos dessas amarras que nos destroem. É o povo nas ruas que vai soltá-lo”.

Lula, líder admirado no mundo inteiro
Celso Amorim disse ainda que teve a honra de ser ministro das Relações Exteriores de Lula, e como chanceler percorreu o mundo.Por isso, sabe que Lula é admirado no exterior.

“A diminuição da desigualdade social, as mudanças sociais com o Bolsa Família, as mudanças no acesso à educação de negros e pobres, e sua atuação em defesa dos oprimidos e vulneráveis fez Lula ser admirado em todo mundo, mas aqui esses motivos o levaram a ser perseguido, assim como Dilma, por ser mulher e representar um partido de trabalhadores”, afirmou Amorim.

O ex-ministro contou ainda que funcionários do Itamaraty dizem que se sentem envergonhados de trabalhar no governo de Jair Bolsonaro.

“Já Lula está preso porque descontentou os ricos. Sem diminuir suas riquezas, ele aumentou a renda dos pobres. Lula ousou enfrentar o mercado financeiro internacional, apoiou a Embraer e não entregou o pré-sal aos estrangeiros, como quer fazer Bolsonaro”, analisou ex-ministro.

Amorim seguiu analisando a atual conjuntura do país, em especial, a situação da Amazônia, cujos povos originários vêm sofrendo ataques de garimpeiros e do agronegócio, com apoio do atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

“Defender a soberania da Amazônia não é deixá-la queimar. Salles e Bolsonaro adotam um discurso que nunca ouvi nos governos Lula e Dilma, de internacionalização da Amazônia, de que governos estrangeiros estão prestes a tomá-la. São ofensas desnecessárias. Nossa obrigação é cuidar da Amazônia, respeitando os direitos dos indígenas e quilombolas. Este é o Brasil de Lula”, encerrou.

Por CUT