PF cumpre mandado contra chefe da Lava Jato na Receita Federal

A Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro deflagrou na manhã desta quarta-feira (2) a Operação Armadeira, que tem como alvos auditores da Receita Federal suspeitos de extorquir dinheiro de investigados da Lava Jato.

Ao todo, são cumpridos 39 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão temporária e nove de prisão preventiva — todos expedidos pelo juiz Marcelo Bretas.

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De acordo com informações da PF, a investigação começou após um colaborador da Lava-Jato ser instado a pagar uma quantia para não ser autuado em procedimento fiscal.A apuração dos policiais constatou a existência de patrimônios dissimulados e o uso de informações privilegiadas para beneficiar terceiros.

Economia

Os investigadores apontam o auditor fiscal Marco Aurélio da Silva Canal, supervisor nacional da equipe especial de programação da Receita Federal na Lava-Jato, como líder da organização criminosa que assediava delatores e investigados ao cobrar propina em troca da anulação e cancelamento de multas por sonegação fiscal.

Segundo a PF, os alvos eram escolhidos a partir de inquéritos e processos que tramitavam pela Receita referentes a acúmulo de patrimônio ou movimentação financeira suspeita – o grupo selecionava quem poderia render propinas maiores.

Gilmar Mendes
Canal foi citado pelo ministro do STF Gilmar Mendes em junho, durante entrevista à GloboNews, como o responsável por elaborar dossiê com seus dados e de sua mulher, Guiomar Feitosa. Em fevereiro, o Fisco havia dito que não foi realizado nenhum processo de fiscalização contra o ministro e que “investigação preliminar” não encontrou prova de fraudes.

“Eu sei que houve abuso por parte da Receita, e a Receita sabe que houve abuso nesse caso. Mas, tenho curiosidade de saber quem mandou a Receita fazer (a investigação). O que se sabe é que quem coordenou essa operação é um sujeito de nome Marco Aurélio da Silva Canal, que é chefe de programação da Lava Jato do Rio de Janeiro. Portanto, isso explica um pouco esse tipo de operação e o baixo nível”, disse Gilmar Mendes na ocasião.

Com informações do Estadão.