Convocado, ministro do Turismo depõe no Senado sobre candidaturas-laranja do PSL

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, vai prestar esclarecimentos à Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado sobre as denúncias de candidaturas-laranja no PSL. Ele depõe na terça-feira (22) na condição de convocado, depois de faltar a uma primeira reunião para qual havia sido convidado. O autor do requerimento é o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

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Marcelo Álvaro Antônio é presidente licenciado do PSL em Minas Gerais. Segundo Randolfe, o ministro deve explicações sobre o caso conhecido como “Laranjal do PSL”, investigado pela Polícia Federal. Em junho, foram presos Mateus Von Rondon, assessor do ministro; Haissander Souza de Paula, ex-assessor; e Roberto Silva Soares, ex-assessor e primeiro-secretário do diretório do PSL em Minas Gerais. Segundo a Polícia Federal, Roberto Silva Soares é suspeito de negociar a devolução de dinheiro recebido por candidatas do partido.

No requerimento, Randolfe esclarece que sete candidatas de Pernambuco e Minas Gerais receberam recursos do PLS, mas obtiveram poucos votos nas últimas eleições. Para o senador, isso “é um forte indicativo de que foram candidaturas laranjas”. Ou seja: concorreram apenas para cumprir a lei que destina 30% do dinheiro dos partidos para a participação feminina.

Economia

Uma das candidatas é Cleuzenir Barbosa, que concorreu ao cargo de deputada estadual por Minas Gerais. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ela afirmou que o PSL promoveu um esquema de lavagem de dinheiro e que o atual ministro do Turismo sabia da operação. Em março, Marcelo Álvaro Antônio já havia sido convidado a participar de audiência pública na CTFC, mas não compareceu. “É importante que o ministro coloque às claras o obscurantismo que ronda as eleições do PSL, esclarecendo à República sobre o que tomou parte neste processo eleitoral, dando a sua versão dos fatos”, afirma Randolfe.

Denúncia do MP-MG
No início de outubro, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) indiciou o ministro e mais dez pessoas pelo caso das candidaturas-laranja nas eleições de 2018. A PF afirma que o então presidente do PSL em Minas Gerais tinha controle sobre o repasse de recursos do fundo partidário. Ele foi indiciado por falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.

Com informações da Agência Senado.