Bolsonaro “lamenta” e senadores ameaçam reforma da previdência

Pode bater na trave a reforma da previdência, após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmar que “lamenta” o fim da aposentadoria. Os senadores ameaçam derrubar a maldade na votação de segundo turno, prevista para 15 de outubro.

Por que os senadores se arrependeram da votação, cujo resultado desta terça-feira (1º) foi de 56 votos a 19?

Não, não foi arrependimento. Eles fazem uma espécie de chantagem.

Os parlamentares quem “compensações” pelo desgaste que sofreram com os eleitores.

A “insatisfação” do Congresso Nacional tem a ver com dinheiro. Na Câmara, que votou e aprovou primeiro a reforma da previdência, os deputados pressionam pelos recursos da cessão onerosa do petróleo. No entanto, a equipe econômica liderada pelo ministro Paulo Guedes quer dar o calote.

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Não foi à toa que Guedes cancelou ontem (2) uma reunião marcada com as bancadas PP, PSD e MDB no Senado. Os parlamentares desses partidos queriam cobrar a fatura da aprovação no dia anterior da reforma da previdência em 1º turno.

A tensão que ameaça o governo no Senado também é grande na Câmara. Prova disso foi um bate-boca ocorrido entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), governadores, deputados e senadores acerca da cessão onerosa do petróleo.

O governo Bolsonaro espera arrecadar R$ 106 bilhões com o megaleilão. Deste total, R$ 33 bilhões vão para os cofres da Petrobras a título de renegociação de um contrato de exploração de campos de petróleo na área do pré-sal. O Senado aprovou uma proposta para que 30% do valor arrecadado seja distribuído -em fatias iguais- entre estados e municípios.

Na sessão plenária que votou o fim da aposentadora, no Dia Internacional do Idoso, os senadores deixaram claro que só votariam a reforma da previdência no segundo turno se o governo cumprisse com o pagamento de emendas parlamentares. A equipe de Paulo Guedes parece não estar disposta a honrar a palavra empenhada.