Já foi dito aqui no Blog do Esmael, várias vezes, que seria impossível a existência de propinodutos sem a participação efetiva dos grandes bancos do País. E não é que, depois de cinco anos, a Lava Jato também chegou a essa conclusão?
Depois de consultar o tico e o teco, a força-tarefa afirma houve um sistema de lavagem de dinheiro por meio de contas abertas no Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander.
De ofício, as instituições financeiras deveriam informar todas as movimentações suspeitas ao antigo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) –agora batizado Unidade de Inteligência Financeira do Brasil, ligada ao Banco Central.
Segundo o Ministério Público Federal, os maiores bancos brasileiros movimentaram os seguintes valores oriundos de propina:
* Bradesco: R$ 989,6 milhões
* Banco do Brasil: cerca de R$ 200 milhões
* Itaú: R$ 94,5 milhões
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* Santander: R$ 19,5 milhões
* Caixa: R$ 4,1 milhões
* Total: R$ 1,3 bilhão
O que chama a atenção é o cuidado da Lava Jato –que faltou aos demais suspeitos– antes de imputar culpa aos banqueiros.
Os procuradores da força-tarefa tratam a movimentação “atípica” de R$ 1,3 bilhão como “falha” e se há culpa dos bancos nos crimes cometidos pelos acusados que já são réus na Lava Jato.
Voltemos afirmar: se existe propina, com certeza, há compadrio de bancos.
Resta saber se a Lava Jato terá tempo para investigar o sistema banqueiro, haja vista que a força-tarefa cometeu tantos crimes que sua existência ficou comprometida.
Os procuradores estão mais preocupados, nesse apagar das luzes, em fazer um ‘gol de mão’ como honra –contra o ex-presidente Lula.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.