O Parlamento de Portugal votou nesta quarta-feira contra um plano da cidade natal do falecido ditador António Oliveira Salazar para abrir um museu dedicado ao seu regime do Estado Novo, após as queixas de ex-prisioneiros e ativistas políticos.
As autoridades locais de Santa Comba Dão insistem que o museu não foi concebido para glorificar Salazar, que ainda divide as opiniões em Portugal mais de cinco décadas após sua morte.
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Apresentada pelo Partido Comunista, aliado dos socialistas governistas no Parlamento, a moção de rejeição do museu alega que ele seria uma “ofensa à memória das vítimas da ditadura” e uma “afronta à democracia”.
A moção foi aprovada pelos socialistas e pela extrema-esquerda, e os dois partidos opositores de centro-direita se abstiveram.
Uma petição online contra o plano angariou mais de 17 mil assinaturas desde seu lançamento, no mês passado, e mais de 200 sobreviventes da ditadura enviaram uma carta ao governo expressando oposição ao que temem poder se tornar uma atração para simpatizantes da extrema-direita.
Ainda cabe às autoridades locais decidir se irão adiante com o plano ou não.
O prefeito socialista Leonel Gouveia disse ao jornal Expresso que o museu seria um local para “estudar a história” do regime, e não um “santuário para nacionalistas”.
Salazar, o ditador europeu de direita que ficou mais tempo no poder, comandou Portugal com mão de ferro de 1932 a 1968, mas seu regime só desmoronou de vez em 1974 com a Revolução dos Cravos.
As informações são da Reuters.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.