Em SP, ato político lança pacto para fortalecer a resistência a Bolsonaro

Por RBA – A palavra ‘resistência’ é um brado de luta contra os retrocessos no país governado por Bolsonaro, que a partir de hoje vai ganhar mais força perante a sociedade. Será realizado um ato político na noite desta quarta-feira (11) no Tuca, em São Paulo, que vai reunir representantes de frentes de quatro áreas: defesa do meio ambiente, cultura, diálogo inter-religioso e iniciativas político-econômicas inclusivas. A ideia é compor um pacto de mútua colaboração em defesa da democracia e do fortalecimento da resistência.

‘É preciso resistir porque a nossa esperança está sendo queimada. A nossa vida está sendo destruída. Nós estamos fragmentados e precisamos unir nossas forças, a partir dos fracos, dos pobres e dos pequenos em uma só fé, em uma só esperança no pluralismo, mas resistindo sem desanimar”, afirma o Padre Júlio Lancellotti, que tem sido vítima de constantes ameaças por seu trabalho em defesa dos moradores de rua em São Paulo.

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Com o tema Resistir é Preciso – União em defesa da vida, meio ambiente e direitos humanos, o ato terá as presenças do MST, Greenpeace, Ação Educativa, SOS Mata Atlântica, além de pessoas ligadas aos movimentos negro, LGBTs, feminismo e veganismo, cobrindo as quatro áreas essenciais para consolidar a defesa da democracia no país.

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Os ativistas mostrarão suas ações para fortalecer a defesa da democracia e a resistência. Os organizadores esperam que o ato seja “um ponto de virada propositivo capaz de criar um ciclo virtuoso de ações e sinergias efetivas para a transformação de nossa sociedade no curto e médio prazos”.

“O que nos falta é uma força articuladora que consiga catalisar toda a indignação que está neste país em relação ao que anda acontecendo nesse governo. Juntos, partidos, sociedade civil organizada, para que nós encontremos de fato uma saída, o que é urgente para o Brasil”, afirma em vídeo de divulgação do evento a representante do movimento Católicas pelo Direito de Decidir, Maria José Rosado Nunes.

“O que nós vivemos hoje no país não é uma crise, mas uma tragédia. Instituições fundamentais da democracia estão sem credibilidade. A submissão do governo aos interesses do capital internacional ameaça a soberania da nação. Mulheres e a população LGBTQI+ são atingidas pela estratégia de utilização da pauta moral, que cria um clima de pânico. Mas a resistência está em todo esse país. A Marcha das Margaridas que aconteceu em Brasília nos mostra o quanto mulheres e todos os setores da população estão mobilizados contra o que está acontecendo no Brasil”, diz Maria José.

Uma indígena representante dos povos do Xingu, no sul do Pará, em vídeo gravado na aldeia Kubenkokre, afirma que “enquanto o mundo reza para a Amazônia com medo do que pode acontecer no futuro, nós nos reunimos, todos os povos do Xingu juntos, para dizer que vamos seguir resistindo pela floresta, pelo nosso modo de vida, para produzir sem destruir, pelo futuro dos nossos filhos e netos. E pela saúde de planeta. Por isso, dizemos não ao garimpo em nossas terras, não ao desmatamento. Chega de invasões e desrespeito, chega de veneno em nossos rios e alimentos. Chega de queimadas criminosas. Nós aqui no Xingu estamos conectados com você. E todos em defesa da Amazônia. Nós estamos na linha de frente e precisamos do seu apoio. Lute ao nosso lado”, defende.

Confira aqui a página do evento.