Efeito Bolsonaro: Violência e intolerância causam queda no turismo internacional no Brasil

A entrada de visitantes estrangeiros no Brasil caiu 5% no primeiro semestre deste ano. As notícias de violência e intolerância que circulam no mundo seriam as principais causas dessa queda, além da crise na Argentina.

Por outro lado, turismo internacional cresceu 4% no mesmo período, aponta o balanço da Organização Mundial do Turismo (OMT). Foram 671 milhões de turistas que passaram a visitar mais destinos no Oriente Médio (8%), além de Ásia e Pacífico (6%).

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Segundo a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e presidenta do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP), Mariana Aldrigui, uma “lista interminável” de motivos teria levado à redução da procura de destinos brasileiros por estrangeiros.

Economia

Mas ela destaca que esse processo de “corrosão” da imagem internacional do Brasil está também ligado à ascensão do presidente Bolsonaro (PSL). Para ela, a relação entre turismo e política é “intrínseca”.

“A justificativa do relatório é, sim, uma imagem internacional corroída, coroada com a eleição desse novo governo. A gente não pode esquecer que tivemos, em 2018, o assassinato de Marielle Franco, que repercutiu mundialmente. Uma das consequências é a percepção generalizada de uma violência crescente no país”, disse Mariana em entrevista à TVT.

Ela comparou a situação do Brasil de Bolsonaro com os Estados Unidos do presidente Donald Trump, que igualmente registrou queda no número de visitantes. Em 2017, Trump barrou a entrada de imigrantes de sete países muçulmanos. A medida teve impacto geral no turismo em todos os outros países.

Por aqui, apesar de o governo ter retirado a necessidade de visto para visitantes dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão, Bolsonaro atacou o turismo LGBT. “Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”, afirmou em abril.

Segundo a socióloga Marcia Moussallem, autora do livro Resistir é Refletir, Bolsonaro vem causando retrocessos “em absolutamente tudo”. “Falar em população LGBT é falar em direitos humanos”, ressalta.

As informações são da Rede Brasil Atual.