Comissão geral da Câmara culpa Bolsonaro por devastação na Amazônia

O Plenário da Câmara foi transformado em comissão geral para debater a devastação da Amazônia. A sessão especial reuniu parlamentares, especialistas, representantes de ONGs e movimentos sociais, que criticaram a postura de Bolsonaro e do ministro Ricardo Salles frente ao desmatamento e aumento das queimadas na floresta.

Os participantes criticaram a postura do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, frente ao quadro crítico do desmatamento e aumento das queimadas na floresta.

O tema tem mobilizado o país inteiro, além de causar grande repercussão internacional, desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou um aumento descontrolado no desmatamento ilegal e do número de queimadas criminosas na região Amazônica. Também chamou atenção a forma como o governo tentou desacreditar os dados científicos.

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Segundo o Inpe, o número de queimadas na região passou de 10,4 mil em agosto de 2018 para 30,9 mil no mesmo mês de 2019. O recorde anterior foi em 2010, quando foram registrados 45 mil focos de incêndio na Amazônia brasileira.

Ao longo da sessão, deputados destacaram ainda a importância da soberania brasileira sobre a região. A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) rebateu a narrativa que o governo Bolsonaro tem propalado sobre a questão, ressaltando que o domínio territorial na região passa pela proteção da floresta e do povo que dela depende.

“Nós, amazônidas, não aceitamos o discurso de internacionalização da Amazônia. A Amazônia é patrimônio dos brasileiros. Mas também não aceitamos a irresponsabilidade do governo Bolsonaro, que não cuida da Amazônia e, agora, inventou um discurso nacionalista. Essa roupagem de nacionalista não cabe no governo Bolsonaro”, afirmou.

“Bolsonaro não exerce nossa soberania sobre a Amazônia. Porque soberania é cuidado. E cuidar da Amazônia é olhar para os povos indígenas da região, é olhar para a floresta, para o seringueiro, o castanheiro, o ribeirinho. Mas o que fez o governo? Depenou o Ibama, desestruturou os órgãos ambientais, só porque não concorda com eles”, disse.

Para a vice-líder da Minoria, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), o avanço de desmatamento e o aumento das queimadas é consequência direta do desmonte da estrutura de fiscalização. “Ao desativar os organismos fiscalizadores, retirar recursos da pesquisa, descredibilizar o Inpe, a maior autoridade técnico-científica para o diagnóstico amazônico, o governo efetivamente estimulou as queimadas”, assinalou.

O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), um dos autores do pedido para a realização da comissão geral, destacou que, além de espalhar ódio e dividir o país, presidente da República tem mostrado pouco apreço pelo futuro das florestas que cobrem o país.

“Bolsonaro e Salles infelizmente parecem comprometidos com a destruição da Amazônia e a dizimação de povos indígenas, colocando em risco as exportações e o desenvolvimento da economia brasileira”, declarou.

Com informações e foto do Portal Vermelho.